terça-feira, julho 31, 2007

A TUA CAMISA DE CETIM

No meio das collants, do vestido preto e dos sapatos de salto "agulha", que na noite passada ficaram espalhados no meu quarto, encontro a tua camisa.
Agarro-me com força a ela. Está coberta do cheiro do teu perfume e não consegue disfarçar o odor da tua pele; este pedaço de pano é-me irresistível.
Como se te agarrasse a ti, aperto com força a tua roupa, e deixo que as lembranças da nossa noite percorram todo o meu ser.
Sim, sinto-te perto, muito perto, tão perto que quase te posso beijar.
Esta camisa de cetim fica-te tão bem que devias usar-la mais vezes... Os traços sensuais dos teus seios bem delineados condizem na perfeição com as riscas pretas no pano branco. Sim, há qualquer coisa de mágico na roupa, como se nos prendesse e nos fizesse transbordar de desejo com um simples olhar.
Esqueceste-te dela aqui, no meu quarto, que ainda há pouco foi o teu quarto, o nosso quarto, onde os nossos corpos e almas se fundiram num só.
pouso-a em mim, sinto a leveza do tecido colar-se ao meu corpo e gosto da sensação. É ridículo, eu sei, mas o extâse de ter na minha pelo algo que transborda de odores teus é inevitável.
Olho-a e nela revejo os loiros e molhados cabelos teus que se misturam com o cheiro da tua pele.
aperto-a com força, envolvo-me no tecido e adormeço assim, abraçado à tua camisa, e por momentos tenho a sensação de não estar a abraçar um simples pedaço de pano, mas o teu corpo.

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