sexta-feira, novembro 30, 2007

DORME MEU AMOR

Dorme, meu amor, que o mundo já viu morrer mais
este dia e eu estou aqui, de guarda aos pesadelos.
Fecha os olhos agora e sossega ― o pior já passou
há muito tempo; e o vento amaciou; e a minha mão
desvia os passos do medo. Dorme, meu amor ―

Fecha os olhos agora e sossega ― a porta está trancada; e os fantasmas da casa que o jardim devorou andam perdidos nas brumas que lancei no caminho. Por isso, dorme,meu amor, larga a tristeza à porta do meu corpo e
nada temas: eu já ouvi o silêncio, já vi a escuridão, já
olhei a morte debruçada nos espelhos e estou aqui,
de guarda aos pesadelos ― a noite é um poema
que conheço de cor e vou contar-to até adormeceres.

quarta-feira, novembro 28, 2007

NÃO OLHES PARA TRÁS

À noite saio p'ra pensar em ti,

Percorro o caminho das estrelas jornada sem fim

Oiço o silêncio que me escuta ao passar

Vejo-te na lua não consigo te alcançar
Espero que a noite te traga a mim, faça com que o mundo me leve a ti
Espero que saibas... do que és capaz
Anda vem comigo,
Não olhes para trás
Peço-te que pares , vem comigo, eu sou teu amigo

Eu contigo sou capaz de ver o infinito,
Sou capaz de ver que tudo pode ser melhor

Dá-me o toque, dá-me um beijo, dá-me o teu amor


Viajo ao som da tua voz, até sem te ouvir falar,

Encontro a nota certa só contigo sei tocar,

Tu és a pauta que eu quero ter para mim,
Princesa tu és tudo aquilo que eu sempre quis.

Espero que a noite te traga a mim, faça com que o mundo me leve a ti,
Espero que saibas do que és capaz
Anda vem comigo,
Não olhes para trás
Peço-te que pares , vem comigo, eu sou teu amigo

Eu contigo sou capaz de ver o infinito,
Sou capaz de ver que tudo pode ser melhor

Dá-me o toque, dá-me um beijo, dá-me o teu amor


Dá-me o teu amor, o teu sabor,

Vem ao pé de mim, dá-me o teu calor

Não tenhas medo de apostar em mim

Acredita que ás vezes acabamos assim
Não sabes se vale a pena apostar ou não,

Aposta na razão, ouve o teu coração
Anda,
Anda, vem gostar de mim

Anda vem gostar de mim
Anda vem gostar de mim

Peço-te que pares , vem comigo, eu sou teu amigo

Eu contigo sou capaz de ver o infinito,
Sou capaz de ver que tudo pode ser melhor

Dá-me o toque, dá-me um beijo, dá-me o teu amor

Não olhes para trás

FRÁGIL

Calmaria... parece que o mundo parou.
Parei para respirar. Parei para pensar.
Muito em mim se move...se muda.
Quero estar deitado, cansado na nossa cama.
Encontrei o caminho das letras para confortar meus pensamentos.
Quais pensamentos...sensações são mais reais.
Mas afugentar sensações é impossível.
Não seria mais fácil sentir-las?
Meu paraíso...
Quantas vidas será preciso para te ter em meus braços,
No aconchego dos teus braços me deitar e dormir com meus lábios em tua nuca.
Sinto frio... o febre aumenta... vem... vem até junto de mim e aquece-me a Alma como só tu sabes fazer.
Espanta-me o arrepio que se estende no meu corpo e conforta-me a mão que se estende em tua busca...
Hoje... sou eu que quero adormecer... no teu regaço...

terça-feira, novembro 27, 2007

RELEMBRO

Quero teu corpo na cantiga, que enche o ar de magia quando me tenho como minha. Sedenta procura do amor. Quero manhãs que rasgaremos no véu da história com nossos delírios pueris. No surrealismo confidente do que adoçamos ao nos tocar. E querendo, construo nossas vontades desenhando em tua pele o que tatuaste na minha como teu paraíso. Repousa em mim teu sentir que descanso em ti meu prazer, onde navego em teu sonho bom e somos real abrigo para o acontecer...
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Relembro...
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A mão passando no rosto de espuma leve, cabelos sedosos enebriando o meu olhar faminto por onde navega a tua pele eléctrica e descontrolada em busca do porto de abrigo do meu peito com farol.
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Teu corpo nu sobre os lençóis ameaça o silêncio no bater do coração que me vai chamando, sussurando com a alma ao meu ouvido uma certa loucura.
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Sentado na cadeira do teatro dos sonhos respiro fundo, entreabrindo os lábios para tocar os teus mais fechados quando de repente a luz do candeeiro projecta as sombras do nosso delírio no contorno dos meus passos, ao aproximar-me de ti muito antes de chegar perto, ou de pensar em te tocar.
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Acima da almofada, as formas da cama que se movem demonstram a paixão forte que me agarra a ti, mesmo quando a distância separa nossos mundos líquidos e as lágrimas do prazer se desmontam num rosto pálido em busca de uma remota cor de sangue que apague a dor.
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Afundo-me nas tuas pálpebras saboreando a saudade agreste. Percorro as encostas de charme que se seguem a um arrepio na nuca. O fogo do teu corpo funde-se com gelo da minha saudade
e de repente as tuas nádegas flutuam na seda dos lençóis, os teus seios são batidos pela brisa da respiração que me ameaça fazer sucumbir à simplicidade e à doçura.
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Olhos nos olhos, digo-te sem te falar, que sorrio porque estás, porque ouço quando cheiro o perfume das flores do teu jardim que é num paraíso que tacteio, pelo brilho das coisas, como se o mundo começasse no chão e terminasse no tecto do prazer quando em uníssono se activam os sentidos, se desligam as amarguras do tempo feroz e selvagem e o mundo nasce de novo perante a aurora do nosso despertar.
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No profundo instante que os corpos se tocam já o mar evaparou para as estrelas e o céu tombou sobre a terra, já estou sentado na janela com o som fresco das manhãs, com as mãos suportando o rosto e a solidão da tua ausência aguardando pelo dia em que de novo te verei.

segunda-feira, novembro 26, 2007

MADRUGADA DO TEU PERFUME

Envolve-te a névoa, como sudário translucido que os contornos revela, que antecipa a ressurreição de um corpo dormente, mistério a mil chaves fechado, lugar mágico onde o tempo converte os segundos em fragmentos de eternidade e a chuva não passa de gotas de orvalho.

Venero-te deusa encantada, sobre a cama de pétalas deitada, na esperança de um novo amanhecer de teu olhar, do grito profundamente calado do teu silêncio, da sede que teus lábios escondem, ou, simplesmente do perfume que tua pele exala.

É madrugada, pura alucinação, ver tua alma elevar-se do corpo, procurar o âmago de meus braços para ressuscitar-te, onde esperas pelo instante em que meus lábios te vão acordar.

Êxtase, sentir a pele aquecer-te, o corpo derramar gotas de orvalho, qual lágrimas, no pranto duma criança. Espero, pelo momento certo em que teus lábios vou beijar, em que teu corpo me irá abraçar. Destapo-te os contornos escondidos, percorro-te, absorvendo cada fluido, matando a sede, alimentando a libido do néctar da luxúria.

És vida, renascida das cinzas apagadas de alguém que se deixou ficar, na espera constante de um sopro de vida, que o vento te aporta nas asas da minha alma.

domingo, novembro 25, 2007

DELICIOSAMENTE

Ah! o prazer que me domina quando invado com meus dedos ávidos esta rica cornucópia nacarada que se humedece à passagem dos meus toques.... Que prazer inaudito quando as bocas se juntam e as línguas se atracam serpenteadas num delicioso jogo de buscas e desejos... Qual uma rosa rubra abrindo suas pétalas ao diáfano orvalho assim se abrem aqueles grandes lábios voluptuosos ao roçar enrijecido da lança latejante que se despeja em jorro dentro das profundezas amorosas... E ao virar delicadamente de bruços aquele corpo brilhante, descubro todas as nuances eróticas das colinas que se arrepiam aos toques acariciantes dos dedos e da língua trêmula que buscam o tesouro recôndito do cósmico orifício para o deliciar com excitantes carinhos estelares que deixarão toda a beleza daquele corpo alucinada no espaço do amor desejado.

"Otávio Coral"

ESTA NOITE

Esta noite quero ficar a olhar-te no fundo dos olhos, a seduzir-te até que as nossas bocas cedam à tentação. Em que o perto seja cada vez mais perto, até que eu não saiba onde é o meu corpo ou o teu.

Esta noite quero que mordas a minha orelha e me agarres com força, com pressa, quero que sejamos apenas corpo e Alma.

sexta-feira, novembro 23, 2007

ÊXTASE

Possuis aquele algo que cega, excita, enlouquece, que me consome, uma chama intensa, inebriante.
Consome-me o desejo do teu olhar no meu, do teu cheiro, um sorriso escancarado que transborda de felicidade...
E como Leão, te cuidar, te afagar, lamber-te os olhos que vidram nesse êxtase, proteger-te...
Ter-te junto do meu corpo num abraço apertado, esmagar esse querer que grita no meu peito, o querer da pele, do cheiro, dos beijos, dos desejos nascidos em explorar teu corpo descobrindo cada ponto teu e assim exalar o Homem ardente que fazes brotar em mim carregando meus sentidos todos, na respiração alterada, no sorriso do olhar, o desenho redondo do teu seio, a espuma do desejo, o teu colo em suspenso, o momento lento como a luz do quarto, a cor da pele, a seda do teu toque...
No hoje os sonhos se tornaram realidade, os dedos dedilhando no meu corpo, no teu, acordes perfeitos, melodias ofegantes, versos molhados, fodia-te, e as veias por onde o foder flui são as mesmas por onde flui o amor e a vida. Há um elemento comum. Uma mesma maternidade nas palavras, e assim te possuí num culminar de um orgasmo que fervia de tesão, de loucura proporcionada por todo o êxtase em que nos tínhamos deixado, possuí-te por inteiro preenchendo-te de sensações mágicas.
Fecho os olhos e ainda te sinto aqui, no cobertor azul, leito do nosso amor, estendo a mão e toco-te, sei o teu sabor, o brilho dos teus olhos...
Adormeço, bem perto de ti.

quinta-feira, novembro 22, 2007

NÃO TE DEMORES

- Vens cá dormir?
- Vou.
Ainda bem... gosto de te ter perto de mim.
Os cabelos, ainda húmidos, caem-te pelas costas desalinhados. A pele é seda. A lingerie é da cor de um fogo escuro mergulhado em rendas. Colocaste o cinto de ligas, a camisa que, transparente, que me provoca o desejo.
O relógio, teimoso, recusa-se a acelerar o tempo. E eu já sinto as mãos que palmeiam o corpo, a pele em desnudo. Já sinto o peito colado ao meu. Os teus cabelos entre os dedos que os puxam. As unhas cravadas na pele das minhas costas.
Toco-te a pele suada, escorregadia
O sabor do teu sexo, entumescido
Ouço o teu gemer baixinho
O teu cheiro em mim
E vejo-te numa dança do prazer do corpo. Eu num movimento vagaroso a entrar em ti...
E tudo fica tão longe quando amanhece e te vejo adormecida ao meu lado. Provando no silêncio, na luz do dia, que passaste a barreira do sonho...
Não te demores.

terça-feira, novembro 20, 2007

EDEN


Quando estás comigo, embalas-me em sonhos reais

Tua boca eu desejo, teus beijos me enlouquecem

A paixão paira no ar, nossos corpos se oferecem…

Quando os teus lábios tocam minha pele, e tuas mãos percorrem todo meu corpo deixam um rasto de pétalas de rosas perfumadas, assim mergulho nos mais profundos desejos de minha alma e sinto dentro de mim todo o teu amor.

Todas as nossas fantasias ganham asas e nos conduzem a um universo só nosso.

Somos um só…
Nos encontramos extasiados em extremo prazer. Nesse instante o silêncio é absoluto, sendo apenas vencido por palavras sussurradas docemente.
Nossos corpos, repletos de suor, deslizam mansamente em movimentos de carícias e cumplicidade.
Nos beijamos com toda intensidade e nos olhamos olhos nos olhos confessando ali naquele momento, perante a luz das estrelas o nosso amor.

segunda-feira, novembro 19, 2007

PALAVRAS, ACTOS, SONHOS

Pensamentos, vontades, loucuras, mãos, pele, suor, dedos…
Arrepios, desejos, gemidos, orgasmos, prazer
Lua cheia, mar, brisa, amor, amor, amor …
Saudades …
Fantasias, dormir encaixados, sonhos, musicas, risos, danças, amor, amor, amor
Saudades imaginação!
E estas palavras que sempre saem de dentro de mim, como quem anda à procura de um grão de areia perdido…
E esta vontade de matar a boca de beijos e de amar sem olhar, sem tocar, e amar, e sentir, e sorrir… sempre os dois conseguimos estes fantásticos momentos…
E nesta magia, sinto-te plenamente em mim…

[ São tantas as saudades que me envolvo em devaneios de cada vez que imagino momentos de amor, momentos de sonho... CONTIGO! ]

domingo, novembro 18, 2007

AQUECE-ME A ALMA

Se os meus olhos parassem para dizer como se completam com os teus, o mundo fora de nós (que nem existe) e fora daquilo que sentimos (em sabor a dois), ficaria vazio, submisso ao controlo de um só olhar…

Se a minha boca te pudesse buscar e rebuscar a toda a hora, seria mais feliz, numa felicidade partilhada, concentrada em ti…

Se estas minhas palavras te aquecessem um dia o coração como me aquecem hoje o meu, sem mais nem menos, não teria de te procurar a cada instante que passa, teria apenas de esperar por ti,
para que nos procurássemos ambos, em mãos, em abraços...

sexta-feira, novembro 16, 2007

ENCANTA-ME


Saber que a distância é só um detalhe,
Que de alguma forma tu estás comigo
E que até meus sonhos podem ser verdade.

Encanta-me imaginar-me teu,
Fechar os olhos e sentir-me nos teus braços,
Todas as noites me banhar de lua
E aquecer-me com os teus abraços.

Encanta-me saber que existes,
Que o amor também te aconteceu.
E que agora já não sou tão triste
Porque não é amor somente meu.

Mesmo distantes e sendo apenas sonho,
Quero vivê-lo, não importa como e quanto!
Nos braços desse sonho eu me atiro e abandono
Para gritar ao mundo que apenas amo...

quinta-feira, novembro 15, 2007

DIZ-ME



Posso perguntar com o que sonhas? Hoje?!


- Com o hoje… Com o que hoje me apetece!


De que cor é o teu hoje?


- Hoje é vermelho! Vermelho muito escuro!


Quem pintou de vermelho os teus sonhos? Diz-me tu, que me ouves em longas conversas, quem te disse que os sonhos têm cor? Não me dizes? Tens medo?De que és feita tu e os teus sonhos? De meninice inocente, cheia de cores radiantes, que corropiam livres pelas asas da tua imaginação, sem redes, sem regras de ordenação? Ou será de uma maturidade que não encaixa com a tua idade? Diz-me tu, que tens a alma na tua mão, com o que sonhas hoje? Manifesta-me os teus desejos, a tua marca de felicidade… Intriga-me esse vermelho do teu sonho. Sabes que o vermelho pode simbolizar tantas e tantas coisas. Pode significar uma paixão, livre e rebelde como o vento que agita o teu cabelo em meus sonhos. Vermelho vivo, de vida, como o sangue que corre nas minhas e nas tuas veias e artérias, pulsante, radiante e carregado de emoções que se transmitem à flor da pele. Será um vermelho amor, calmo mas capaz de saltar a vedação que separa o proibido com um salto corajoso no vazio de um coração generoso? Diz-me tu o que simboliza esse vermelho escuro que me desvendaste… Tantas vezes te vejo alegre, e então imagino que o teu hoje deva ser uma cor viva, um cor-de-rosa, cheio de nuances cheias de pequenos e intrincados significados que não consigo destrinçar. Quando sinto que estás triste, imagino teu coração pintado de castanho, escuro, melancólico, mas de alguma forma ainda doce. E quando te sinto sonhadora, pressinto um arco-íris de tons azuis e verdes, suaves mas extremamente belos. E hoje dizes-me que estás vermelho escuro. Que significa hoje. Diz-me tu…

DESEJOS DA ALMA

Hoje a noite vou te visitar em teus sonhos,
para te dizer que a lua está com saudades nossas,
que mesmo sobre as nuvens ela viu a beleza do nosso amor.


[Apetece-me mostrar-te, como o arco-íris cintila de novo no céu quando o teu olhar brilha…
Apetece-me dançar… Ao som do encanto da tua voz que a beira-rio me veio iluminar]


Vou estar em teus sonhos,
para juntos vermos as estrelas e lhes mostrar
que encontrei o sorriso mais lindo nos teus lábios.


[Quero dizer-te… que todo o universo se resume ao teu sorriso quando comigo estas]


Hoje a noite vou te visitar em teus sonhos,
para lembrar como é bom te ver dormir,
e te passar segurança e tranquilidade para um bom sono.


[Apetece-me tocar-te… E perder-me de novo nos teus braços, com o cheiro da tua pele a me fazer delirar]


Hoje a noite vou te visitar em teus sonhos,
para ganhar teus carinhos e beijos


[Quero despertar… aquele beijo que me avassalou e que me anda o pensamento a inundar]
para te mostrar que os mais lindos sonhos,
são aqueles que sonhamos juntos!


[Quero deixar-te… perdida em mim numa onda de carinhos que estão prontos a se entregar
Quero pintar… o teu mundo nas tonalidades do meu corpo, para que nunca o voltasses a largar
Quero cantar-te… As sensações que não me largam desde que, naquela dia te vi acenar
Quero contornar… A tua face com a ponta dos meus dedos, enquanto simplesmente me estas a olhar
Quero sussurrar-te… As saudades que sinto, por a distância nos estar a separar
Quero enfeitiçar-te… Para que no meu mundo te perdesses e que nele acabasses por ficar!]

quarta-feira, novembro 14, 2007

HISTÓRIAS À JANELA

Ela gostava de fazer amor com a janela aberta: sentir o ar
fresco aliviar-lhes o suor dos corpos, ou noutras alturas ouvir
a chuva forte cair, a impulsionar-lhes o ritmo do sexo que
juntos inventavam.
Mas naquele dia apeteceu-lhe uma coisa diferente.
Levou-o até à varanda. Queria sentir-se liberta das amarras
que as paredes lhe transmitiam.
Percebia-se invadida pela luxúria, pelo desejo, pela vontade
de senti-lo dentro de si.
Nem precisou dizer-lhe o que quer que fosse. Entendiam-se
pelos sentidos.
Ele aproximou-se dela, encontrou-lhe as costas com o seu
peito. Encostou-se. Envolveu-a com os braços.
Ela permaneceu imóvel.
Fechou os olhos e ele não viu. Ela queria senti-lo, só.
Abandonar-se no seu corpo.
Desceu o peito dela com as mãos, desde o pescoço, passou o
umbigo e chegou-lhe ao sexo, quente, latejante, ansioso,
desesperado. Sentiu-lho. Provocou-a. Fê-la gemer.
Inclinou-se na balaustrada. Ele quase enlouqueceu de desejo
quando a viu assim.
Despojou-a da roupa, já de si leve. Queria unir-se a ela,
sem entraves.
À medida que o fazia, via a pele dela, alva, que tão bem
conhecia. E sentia o seu cheiro, que sempre o inebriava.
Ficou a olhá-la por breves momentos, assim, tão... sua!
E depois penetrou-a.
Mais e mais e mais... até serem um só.
Um ser no mundo.

MAGIA

Magia é um beijo que começa num toque suave de lábios e
se vai transformando, aos poucos, numa intensidade
arrebatadora.
Magia é um abraço onde cabem todos os problemas, as
angústias, o desespero... e tudo se modifica, naquele porto de
abrigo, calmo e tranquilo.
Magia é sentir que alguém nos dá mimos de andar na lua.
Magia é um colo seguro, meigo, terno.
Magia é duas mãos, entrelaçadas, unidas.
Magia é um sorriso numa noite de lua cheia.
Magia é um gelado a dois à beira-mar.
Magia é o medo que se transforma em segurança.
Magia é ouvir "tive saudades tuas".
Magia é um olhar que se cruza, que se enfrenta, que nos
aprisiona.
Magia é um toque de pele, que nos faz perder o Norte.
Magia é adormecer junto de alguém, cúmplice do nosso sono,
e saber que ao acordar, lá permanece.
Magia é um "amo-te", dito em silêncio.

terça-feira, novembro 13, 2007

PALAVRAS SUSPIRADAS

Nas sombras da Noite, sobra-me a imagem do teu corpo. As curvas e os desejos escondidos, por entre o matizado da luz das estrelas, e a escuridão dos recantos mais intimos de ti. Soltam-se as palavras com que te escrevo, desenhos metafóricos, envoltos em frases duma gramática secreta que apenas as nossas almas decifram.A química dos fluidos, atrai a atenção da líbido, acordando-a como se já fosse alvorada. Como se o dia se fizesse anunciar no contacto dos raios de um sol por nascer, com uma terra fresca, orvalhada, pela madrugada.O perfume das peles desnudas, abraça cada brisa que nos afaga, aconchegando-nos os corpos, num abraço apertado do qual não nos queremos mais soltar. As fragrancias invadem cada instante deste pequeno momento, toldando-nos o olhar, despertando os espíritos à muito adormecidos.No calor deste perfeito silêncio em que mergulhamos nossas almas, soltam-se, gemidos mudos, sons inaudíveis que apenas a nossa mente consegue escutar. Os corações, catalizam energias, queimando o ar que se inspira, soltando-o depois, num profundo e cálido suspiro de prazer.

domingo, novembro 11, 2007

O TEU DOCE OLHAR

Depois de um passeio, num dia soalheiro mas de muito frio, a única coisa que me apetecia era chegar a casa acender a lareira e ficarmos os dois sentados no sofá a conversar. Ao entrarmos em casa a única coisa que sabíamos dizer era – Que frio.
Sugeriste – não queres acender a lareira, enquanto preparo alguma coisa para bebermos?
Concordei. Preparaste dois cálices de vinho do Porto, enquanto ouvias a música a começar a tocar lentamente na sala “Eu sei que vou te amar”, chegaste à sala… as luzes apagadas umas velas acesas, sorriste para ti mesma e dei por ti a pensar... "Que andava ele a inventar?" - via-o no teu rosto.
A lareira estava acesa, enquanto em pose observadora me miravas e me aproximava. Deste-me o copo, enfrentando de novo o meu olhar malicioso, sorriste de novo. Calmo, como sempre, mantive-me imóvel e peguei no copo para beber um gole, e pousei o cálice na mesa. Deixaste-te estar, sorrindo também, com um ar malicioso. Tiraste a blusa e as calças de ganga, ficando a descoberto a lingerie.
Continuava com o meu olhar de malícia, onde podias ler "quero mais"... Sentaste-me ao seu colo e deslizaste tua língua pelo meu pescoço com pequenas dentadinhas, sentindo-me arrepiar-me, até que as minhas mãos iam deslizando pelas tuas costas, abrindo o soutien que caiu estrategicamente no chão, deixaste-te ir... afinal sempre é bem mais gostoso ser malicioso a dois.
Os meus beijos começavam a percorrer o teu pescoço, tomando suavemente os teus seios e em sinal de prazer deixaste descair o pescoço.
O cabelo ia caindo suavemente pelas costas.
Cada vez ia ficando mais quente. Seria da lareira?
Não me parece.
Olhavas-me enquanto me despia, olhos nos olhos, no silêncio da música coloquei as mãos sobre os teus seios, deslizando até conseguir alcançar a tua lingerie preta, passando os dedos pelo teu interior quente, brincando, sentindo o calor que começava a transbordar. Rolaste sobre mim e tomaste-me sem licença, da mesma forma como fiz contigo, beijos lânguidos, bocas sedentas, mãos entrelaçadas, vagueaste pelo meu peito nu, em carícias, em beijos, tomando a minha masculinidade com os teus lábios.
Brincaste com a tua língua e boca, como sabes que gosto, e eu gemia baixinho.
Sabia-me bem e tu sabias.
Ardia de desejo queria o retorno…
Levantei-me, peguei-te pelos braços, beijando-te e virando-te, ficando de costas para mim, debrucei-te... acariciando-te, suada e em espera, coloquei as mãos nos quadris e penetrei-te gentilmente!
O céu desceu à terra e o que queria era que o egoísmo saltasse sobre nós, que me tomasse sem dó nem piedade, deslizando por ti com toda a sua força. Deixámo-nos estar assim, por mais uns minutos, mas o frenesim corria sobre o nosso corpo e tinha que atingir um fim.
Parei, sôfrega perguntaste...
– então?. Ao que respondi - Calma, quero olhar-te, ver-te, quero sentir-te.
Com os braços debaixo do teu corpo e sentindo os teus seios firmes puxei-te para cima, virando-te, abraçando com carinho e ternura, fazendo com que os corações ganhassem um ritmo normal.
Tornei-te a beijar, deitando-te, saboreando as tuas pernas e a tua pele, e com as mãos afastando-as, suavemente... Novamente com um sorriso malicioso puxei-te para mim “quero sentir o teu orgasmo em mim” – acenaste com a cabeça e tornei a tomar-te, minha, novamente num vai e vem louco de desejo agarraste-te ao meu pescoço enquanto num complemento de céu, terra e mar, envoltos em gemidos, explodimos em êxtase.
Deixaste-te cair sobre a manta... corpo dorido, caí sobre ti também exausto.
Um beijo terno, um sorriso a dois, o silêncio do lume e da música.
Acabámos por nos envolver no silêncio e dormir numa tarde fria, mas muito quente.

É NO TEU SORRISO

Hoje, olho para este papel
Sem palavras escritas...
Vazio!...
Sinto-me pequeno nas pequenas palavras
Que te quero escrever.

Não sei quem sou!
Se escrevo na procura de mim,
É no teu sorriso
Que a distância adormece.
Não busco razões nem porquês!
Já que quero apenas o teu abraço
Nesta tarde que anoitece.

E os meus lábios esboçam espontaneamente
[um sorriso]
És o ontem;
O hoje;
O amanhã.
È bom saber que ainda te sentas no tempo
Com um sorriso de menina,
E que esse tempo não te levou de ti... nem de mim.
E se um dia voltar cansado
Irei encontrar o meu lugar no teu colo,
E trocaremos as palavras que não te escrevi.

És mulher!

E... isso basta-me para adormecer.

By Francisco Arsénio

sexta-feira, novembro 09, 2007

COMO SE CHAMA?

Tu surgis-te como suave melodia trazida pela brisa que se dilatou no silêncio da minha alma e se fez moldura em meu viver.

Há algo em ti que transparece num olhar, como estrelas no céu e exteriorizando-se num sorriso como canção tocada na harpa dos ventos.

Sem olhar, tu percebes, sem falar dizes, sem me tocares tu abraças-me...

Quando me perco em labirintos escuros tu mostras-me o caminho de volta..

Quando exponho os meus defeitos, tu fazes de conta que nem notas...

Se enlouqueço, tu devolves-me a razão...

Nos dias em que as horas passam lentas, sem graça e sem luz, nos teus braços eu encontro alento.

Quando tu estás longe, no espelho da saudade eu vejo reflectida a certeza do reencontro.

Quando as marés dos problemas parecem tragar nas suas ondas as minhas forças, em teus braços encontro reconforto.

Se as amarguras pairam sobre os meus dias, trazendo desgosto e dor, só a tua presença me traz tranquilidade.

Tu és um raio de sol, nos dias escuros...

És ave graciosa que enfeita a amplidão azul...

Tu és alma e coração.

És poema e canção...

És ternura e dedicação...

Nada impõe, tudo tentas compreender, tudo tentas perdoar...

Tua companhia é doce melodia, é convite a viver...

... E, tudo isto se chama amor!

O amor é este sentimento que brota todos os dias, como uma flor que explode de um botão ao mais subtil beijo do sol... Isto, sim, se chama AMOR...

quarta-feira, novembro 07, 2007

FECHA OS OLHOS E OLHA-ME

Vês-me?
Não os abras, mantém-nos cerrados e abre os teus outros sentidos para poderes ver-me.
Só preciso do teu abraço, de encostar a cara ao teu peito e de que me envolvas com teus braços... Das carícias nas minhas costas…
Dos sussurros ao meu ouvido...
Do deslizar de pele que me faz flutuar… Fecha os olhos e olha-me…
Sente-me e vislumbra-me com tuas mãos...
Em teus braços...
Com um simples roçar de lábios...
Quando queremos que os segundos durem horas e que esses momentos se eternizem não só na nossa mente…
Fecha os olhos e olha-me…
Acompanha-me nesta entrega, nesta viagem ao inacabado...
Em deliciosos gestos...
Que me apuram o paladar dos sentidos...
E fazem com que minha alma se renda perante a tua...
Diante de tamanha paisagem…
tamanha visão…
Fecha os olhos e olha-me...
Porque hoje, por particularidade ou não, queria sentir teus dedos em minha pele...
Tua boca na minha e até tua língua que se atreve em meus lábios...
Queria adormecer em teus braços e poder deter-me em teu corpo sem pressas...
sem tempo nem hora marcada...
Sentir-te tão plena e pura como o prazer que nos une...
Cada palavra, cada som, cada sorriso, cada olhar...
Voltam sem cessar...
Teimam em me acompanhar... Retenho...
Detenho...
fecho os olhos e vejo-te...

PALAVRAS ESCONDIDAS

Para ti são as palavras viajantes que o coração murmura quando a voz é tímida!

Gosto de ti... nos silêncios de saudade em que ouço a melodia da tua memoria nunca ausente em mim porque é impossível esquecer o instante mágico da vida porque a alma é imortal em nós e a quem pertencemos!

És o sorriso deste momento e de todos os tempos em que te espero numa janela iluminada de luar sonhando a doçura do teu rosto que a minha alma ama.

Gosto de ti... na magia preciosa de um abraço, na visita da ternura da tua voz.

Gosto de ti... adoro-te nos sorrisos, no azul de um céu onde vivem os versos do teu poema.

Gosto de ti... pela alegria imensa de escrever, pela ternura que deste aos dias e noites, e à vida da minha alma.

Gosto de ti.... nas flores e nos sonhos que protejo no meu abraço para partilhar com o teu olhar, a luz que me guia na sombra e me acompanha na alegria de te amar.

Gostar de ti talvez seja pouco...

REVELAÇÃO DE UM SONHO

Esta noite, fiz amor contigo.
Podia até dizer que construímos amor. Aquele amor que se conquista e constrói.
Tu estavas em frente à lareira, à meia-luz, quando me cheguei perto, tinhas saído de um banho quente de banheira de águas perfumadas.
Tocava uma música que embala a alma. E eu, cheguei-me a ti, devagar. Os cabelos caídos pelos ombros, a roçarem as costas, ao de leve, em desalinho, ainda húmidos.
Sorri-te. Puxaste-me para ti, abracei-te… e começamos numa dança tranquila do corpo, numa contra-dança doce da alma.
A tua mão na minha cintura, a minha segurando a tua. Encostei tua cabeça no meu peito. Fazer sentir-te protegida, a saber que nada mais é preciso além disto para sentir a plenitude de qualquer coisa boa que pode haver por dentro de nós. A sentir medo de perder o pé ao mergulhar neste mar imenso dentro de mim.
Disseste-me ao ouvido:
- Quero-te tanto!
Apertaste o meu corpo contra o teu, naqueles abraços que nos fazem acreditar que tudo é possível. Desapertaste o laço de cetim da camisa sem desprenderes os teus olhos de dentro dos meus.
A musica. O calor da lareira, as sombras chinesas nas paredes. Eu e tu.
Tu a dizeres que me querias, eu a sentir isso no corpo e no teu olhar. E eu no silencio a dizer-te que também eu.
Procurei tua boca para pousar a minha, desvendei com a minha língua os teus lábios. Trocas de sabores, de saliva. O coração a galgar as margens do ser, acelerado. Tu num sorriso a tocares-me ao de leve, eu a tirar-te a roupa.
A respiração que se torna ofegante, desenfreada, a humidade a tomar conta dos poros. A sentir por trás do rendilhado o teu sexo entumecido, e debaixo dos panos, o meu a pulsar por ti. Sentia o teu desejo, a suplica, a vontade que entrasse em ti. Num amor urgente, emergente, que não pode esperar.
E fomos parede, sofá e chão. Fomos água, espuma e cama. Sem limites, na plenitude, fomos um corpo noutro corpo. Sem ter um inicio nem fim. Fomos continuação sem deixar de sermos nós. Sem deixar de nos olhar, de nos tocar, de nos amar.
Sentindo-te num vai vem dentro de ti, num toque de pólen, num amor feito à flor da pele, num arrepio. Tesão, suor, sexo duro, pele, amor, gemido, sofreguidão, saliva, almas.
Acordei ainda a sentir-te em mim. Fiquei quieto a olhar o tecto, a saber que lá fora já brilha o sol e que tu… tu estarás algures, mas não aqui. Numa cama que não esta imensa e fria.
E arrastei-te todo o dia comigo. O teu sabor na minha boca. O teu cheiro no meu corpo. E um sorriso meio tonto, por ter sentido tudo de forma tão real, mesmo sabendo, cá por dentro, que há sonhos que não passam à realidade, apesar da vontade...

terça-feira, novembro 06, 2007

AMOR, AMOR ÉS TU

Brinca comigo...
Toca-me, mordisca-me e depois solta a gargalhada cúmplice de seguida... a mordidela carinhosa na ponta do nariz... o beijo atrevido no pescoço... a língua gulosa na barriga... as cócegas infantis que me atraiçoam e que adoras...
Brinca comigo...
Fazes-me sonhar...
Fecho os olhos e deixo-me ir para sentir apenas.. uma realidade só nossa onde o meu corpo e a minha alma cabem na palma das tuas mãos... onde deixo o meu corpo ser uma continuação do teu ao nadar nas linhas das tuas mãos... Brinca comigo...
Porque intenso e notável são os sonhos, o amor, a paixão e este carinho especial que vivemos... e é curta a distância que mantemos um do outro... como a ténue linha que separa a luz da sombra, o sol da lua, o mar do céu...
Brinca comigo...
Porque são irrelevantes as diferenças que nos separam... e porque me apetece dizer-te o quanto de bem me tens feito sentir.

DESATINOS

Por vezes ficamos sem palavras, porque elas não explicam a verdadeira razão do ser. Querer é um desatino, uma sobrevivência básica à minha estúpida forma de amar. Um desejo que explode a cada adeus e um que encobre num sorriso teu. Não há formas exactas de contar um amor. Não há tempo suficiente para vive-lo. Não há recordações suficientes para memorizar tudo com o mesmo odor, como na primeira vez de um beijo só nosso. Gastamos uma vida a pedir desculpas, porque não conseguimos ser perfeitos. Não permitindo saborear uma boa imperfeição.
Olho para ti e observo-te como num movimento inconsciente do meu coração.
Amar, digo eu, é assim... Uma perfeita imperfeição, uma sinfonia a dois...

quinta-feira, novembro 01, 2007

CHEGOU O OUTONO

Preciso de ti...
Não sei se do teu olhar, das tuas mãos, do teu sorriso, da tua voz ou simplesmente da tua presença... sei que preciso de ti...
Preciso das palavras, que me tocam e me dizem, que sem mim não és feliz.
Quero o teu corpo que me enche e tua Alma que me preenche... suave... tua pele tão suave.
Hoje, particularmente hoje sinto-me assim... e por isso preciso de ti mais do que em qualquer outro momento.
Este silêncio em vez de ti, corrói por dentro. Queria ser o calor no Inverno que te aquece a dormir.
Queria chegar-me mais perto, esticar a mão e sentir os teus dedos se entrelaçarem nos meus, e guardar no meu peito a chama que nunca se extingue e se faz brava sempre que te aproximas de mim.

Hoje preciso de ti... é o Outono que se faz sentir, o pôr-do-sol que se mistura no azul infinito que me alimenta a imaginação, são as folhas que se fazem manta e me recordam o calor do teu olhar meloso... o sabor suave da tua boca.

Hoje queria-te aqui, em mim... somente isso...