sexta-feira, agosto 31, 2007

DESABAFOS

Hoje, com o final do dia, chegou tambem a vontade de me perder por aí. Perder-me em ti para que, quem sabe assim, me encontrasses. Veio de mansinho aquele desejo do teu aconchego, do teu regaço, de um abraço.Quisera eu que soubesses que esperei por ti... que soubesses que hoje já só esperava ouvir-te chamar o meu nome. Hoje, que seria capaz de soltar todas as amarras e partir sem olhar para trás. Chamasses-me...

SE EU FOSSE PÓLEN

...eu te diria com palavras doces o que vai dentro de mim, falaria dos meus sonhos-desejos dos meus segredos e seria como uma fonte que nasce nos rochedos e, de repente, mina a sede sem fim. Assim poderia aguar teu corpo-suado depois de trabalhar, quando em casa tão cansado precisasse do meu zelo, meus afagos, deitaria tua cabeça no meu colo e meus dedos entre os teus cabelos sentirias e dormirias o sono dos bem-aventurados. Esperaria o acordar e em tua boca um beijo suave como a luz vinda de fora te oferecia, e mesmo antes de teres que ir embora diria que amar não é pecado e somos tolos em esperar e confessarmos aos quatro cantos nosso amor-iluminado. Faria amor com tal ternura e encantamento e tu quererias mais e mais e mais e tanto que, como encanto, do meu corpo não mais te afastarias.
Se eu fosse pólen à flor da pele, nada disto te puderia ofecer, porquanto me contento em ser quem eu sou e saber que te posso desvendar estes segredos por entre dedos meus que te percorrem a Alma e repousar-te no meu colo que se quer teu porto-de-abrigo.

terça-feira, agosto 28, 2007

LEITO DO TEU RIO

Cubro-te o corpo desnudo com o véu escuro da Noite, afasto o dia, quero-te só para mim. Nesta névoa metálica, percorro-te o corpo, beijo sobre beijo, toque sobre toque, na suavidade da tua pele perfumada. Meus dedos perdem-se qual vento manso, inventando remoinhos sobre teus seios, minha boca, percorre o rio de teu ventre em direcção à foz, na sede de beber de ti. Rasga o tempo a penumbra que tomou de assalto o espaço envolvente, sente-se na pele o frenesim dos corpos que se agitam em ondulações que se desfazem na areia do prazer. Sobre nossas cabeças as estrelas precipitam-se, cadentes, numa atracção insustentável para a luxúria deste instante. Batem os corações a ritmos alucinantes, corre fervente o sangue por todos os vasos, desaguando em jorros de carmim nas veias que se dilatam nos corpos que se contraem e comprimem um contra o outro. Solta-se o sal da vida, em gotas de suor, qual lágrimas de alegria e felicidade que os olhos entregam à corrente desse rio de lava que escorre entre nós dois. A respiração ofegante, reporta-nos ao vento intenso da tempestade que a alma impulsiona, penetrando nos pulmões e invadindo o peito, alimentando o fogo que nos queima. Ecoam no ar, carregado de fragrâncias, suaves gemidos, a música do corpo, penetrado pelo prazer que o assola. Acordes de teu corpo, qual viola, que cantam sobre mim, alimentando o ritmo desta dança apertada que meu corpo desenha contra o teu.

domingo, agosto 26, 2007

À NOSSA JANELA

"Um dia, quando a ternura for a única regra da manhã, acordarei entre os teus braços. A tua pele será talvez demasiado bela, e a luz compreenderá a impossível compreensão do amor. Um dia, quando a chuva secar na memória, quando o inverno for tão distante, quando o frio responder devagar com a voz arrastada de um velho, estarei contigo e cantarão pássaros no parapeito da nossa janela. Sim, cantarão pássaros, haverá flores, mas nada disso será culpa minha, porque eu acordarei nos teus braços e não direi nem uma palavra, nem o príncipio de uma palavra, para não estragar a perfeição da felicidade."

"in José Luís Peixoto"

sábado, agosto 25, 2007

EU + TU

Há sabores novos em cada dia de invenção clara, sabores doces acres amargos, sabores que têm aromas e cores, sabores feitos de metáforas e sinestesias, sinfonias e melodias e sabores musicais e tácteis e vibráteis. Há sabores novos em cada dia que em ti é uma nova descoberta em mim.
Sei da tua pele a tocar na minha e do teu desejo de palavras depois do prazer. Sei das tuas solidões cheias de gente e dos meus vazios prenhes de sol poente. Sei que te toco por cima das palavras que me beijam como lâminas, enfim sei que me tocas por debaixo dos lençóis que me afagam, feitos de seda e setim. Acredito no amor e não desisto de ter para mim. Para nós nesta noite de lua, sei das minhas noites de insónia. sei dos teus dias compridos de solidão, sei das minhas horas de loucura branca, sei dos teus momentos tantos de paixão. Conheço o ciúme dos corpos ausentes, sei das picadas prenhas dos silêncios carentes mas sei que estás comigo agora, sei que estás em minh'alma, sei tudo o que nunca soubeste. Sei como beijas o meu corpo, teu abrigo. Sei que te quero... para mim... sei que me quero... para ti.

sexta-feira, agosto 24, 2007

EM SINTONIA

Existe algo nos nossos beijos que pertence ao reino do alecrim e das açucenas.Ainda hoje recordo os teus gestos mudos a desaguarem em mim e tenho sede do teu lado silvestre, do nosso campo alegre. Existe algo nos nossos beijos que me contagiou para sempre.
Amo-te...

quinta-feira, agosto 23, 2007

DEIXAS-ME NU


O amor começa quando os olhos se ruborizam por dançarem nús.
Amar-te é estar no fio da navalha que me faz a barba pela manhã e beijar-te como se fosse sempre a primeira vez, imaginar ao que cheiras agora quando acordas. Calçar os teus chinelos e fingir que andas por aqui. Pegar no telemóvel, ler mensagens de amor e acreditar que foi hoje que as recebi. Amar-te é assim, ser penhasco vulnerável apanhado numa emboscada e da verticalidade, enfrentar no momento certo, como um cirurgião, a saudade que me agarra.
Tenho sempre um motivo para elevar o pesçoco, o queixo e o olhar, sempre que estou só comigo, entre o meu céu e eu, até ficar acima das nuvens e encontrar-te por lá.

quarta-feira, agosto 22, 2007

UM DIA, UMA TARDE, UMA MANHÃ, CONTIGO...

Nada se move lá fora. O calor torna-se sufocante, o ar impossível de respirar. Multidões atolam o areal em frente à janela desta velha casa. Um areal de perder de vista, plantado neste país à beira mar esquecido… As crianças espezinham os que já nem se lembram de respirar, os cães destroem as belas construções dos terroristas de pés grandes, o homem dos gelados dá-se por vencido. Um terror à sombra dos 40º que entram, intrusos, pelas narinas, boca, por todos os poros até nos secar o estômago.
Cá dentro somos dois. Respiramos o ar azul e egoísta; fresco como o Outono de tempos. Deito-me ao teu lado e vejo-te deixar cair as pálpebras, olhando-me como se um perdão fosse pela suavidade com que te deixas vencer pelo cansaço que invade o corpo. Intensas são estas noites contigo. Olhas-me várias vezes… Sorrio e fico a contemplar a beleza que pediste emprestada no dia que nasceste. Penso eu que foi nesse dia, pois sempre me lembro de ti assim, perfeita, envolta em nuances que te tornam mais bela. Tu sempre te achaste menos do que és, mas com o tempo foste-te esquecendo de reclamar.
Lembro-me quando juntos, partilhamos as manhãs, a tua pele junto à minha, os teus olhos espertos para a novidade, com uma cor que os torna únicos. Encosto-me a ti e dormimos apertados.
"Se pudesse, os meus lábios fariam parte dos teus, para sempre."

segunda-feira, agosto 20, 2007

GRAVADO NA PELE


Gostava de conseguir escrever um poema do qual tu gostasses tanto que quisesses decorá-lo. E que quando o recordasses, em pensamento, fosses capaz de te lembrar também do meu sorriso. Queria oferecer-te um agasalho de horas felizes com o cheiro dos lençois daquela manhã em que nos desligámos da inteligência artificial e gravámos a nossa eternidade na nossa pele.

JUNTO A TI


Todos os pássaros aprendem a bater as asas até no azul cortado pelo frio. Eu também queria saber voar, para conseguir regressar a casa sem pisar o chão onde nestes dias me desencontro de ti. Queria encontrar a baía onde me aventuro com braçadeiras. Fazer de novo o pino na cama do quarto ou a esparregata no soalho que tu pisas. Qualquer coisa que me quebrasse esta saudade, esta falta que me fazes.

TODOS OS DIAS

Quero estar contigo "all over again"...

És o mais perto do Céu, que eu alguma vez mais estarei...

domingo, agosto 19, 2007

INTIMIDADE

Conta-me…
Como é o teu sorriso
Quando te surjo em pensamentos
Diz-me…
Como bate o teu coração
Quando escutas as musicas que partilhamos
Segreda-me…
Como ficam os teus olhos
Quando me lês
Sussurra-me…
Como fica o teu corpo
Quando me sente…
Mostra-me com os teus lábios,
o que eu oiço…
com a minha pele!

ESTOU IRRITADO


Estou completamente, desesperadamente, irredutívelmente, totalmente, irritadamente sem palavras.

Porque há momentos em que as palavras não chegam.

Alturas há para as quais palavras não bastam.

QUERO VOAR VOAR VOAR

Trago o amor preso à garganta ansioso por estender suas asas e voar ao teu encontro.

TENHO

A minha certeza estende-se até ao romper do silêncio da cidade
como um grito por entre os olhares espalhados pelas avenidas.
Tenho saudades da tua escova de dentes...
Tenho saudades de te ouvir lavá-los.
Tenho saudades de ti.
O teu cheiro, esse, permanece em todos os cantos.
Gostava de ser pirilampo num candeeiro junto à tua cama.

quinta-feira, agosto 16, 2007

DUO

Preenches-me... completas-me...

A MELHOR PRENDA, ÉS TU

Dá-me a tua mão e vamos fazer chuva por entre as ruas da cidade que nos abraça.

Sabes que hoje faço anos e a melhor prenda foi ouvir-te logo ao amanhecer.

Preciso de ti...

quarta-feira, agosto 15, 2007

SEGREDO

Quero te falar daquele pequeno grande segredo que guardo nas dobras da alma. Se te encontrasse neste instante, se conhecesse as coordenadas do teu rasto, pista para a ti chegar… Queria trazer-te notícias deste segredo, casulo onde procuro a calma e me encontro em ti. Se te avistasse, se de ti visse as pegadas na terra húmida que tenho que pisar…
Só um pequeno segredo, na pista das pegadas do teu rasto, notícia deste casulo em terra húmida.

terça-feira, agosto 14, 2007

ADÃO! COSTELA OU MASTURBAÇÃO?


Deus faz-me espécie. Tenho mesmo as minhas dúvidas se terá criado a Mulher a partir de uma costela de Adão – o nosso Interno Masculino. Essa história cheira-me a esturro. Deve estar mal contada. Aliás, tenho a sensação de que todas as histórias do Antigo Testamento estão mal contadas. Estou convencido de que o processo de criação de um ser humano envolve outras partes do corpo – a mim nunca ninguém me falou da costela! E ainda bem. Não deve ser fácil para um homem pensar que está com dores de parto quando na realidade só tem uma dor nas costas.Segundo se conta, Adão esteve muito tempo sozinho no Paraíso. Uma situação difícil quando se é jovem e não há nada de especial para fazer a não ser passear-se pelo jardim. Em alguma altura da vida o homem deve ter reparado no Externo Masculino entre as pernas. Nem que seja para combater o tédio.As Escrituras não mencionam o episódio, mas estou convencido de que Adão acabou por fazer aquilo que os médicos hoje designam por auto-manipulação genital. E soube-lhe bem.A masturbação é um acto mais saudável do que arrancar uma costela a um pobre desgraçado. E a masturbação, fora algumas excepções, implica a criação de uma mulher, real ou imaginária. Terá sido assim que se passou? Será que a Mulher nasceu do desejo de Adão em tornar-se Homem por completo? Se foi, até faz sentido. Faz mais sentido que o raio da costela! Criar a mulher a partir do acto da masturbação masculina é a mesma coisa que dizer que o Homem só descobriu o fogo porque as mulheres atearam as chamas. A coisa fica ela por ela. Ou ele por ela, ou ela por ele. Tanto faz. Não devia dizer isto, mas tanto faz.A história da costela é que me custa a engolir. Porquê dizer que criaste a Mulher a partir de uma costela, meu Deus? Por vergonha? Timidez? Pudor? Porque não escolheste um órgão mais convincente como, por exemplo, o cérebro? Se tivesse sido revelado à Humanidade que a Mulher fora concebida a partir do cérebro do Homem, ter-se-iam poupado muitas chatices (e soutiens queimados). É inacreditável como as mulheres ultrapassaram o divino estigma da costela.

DOCES


Os teus sorrisos sabem a mel quente sobre muesli num qualquer pequeno almoço numa qualquer segunda feira onde o sono não abandona o corpo.
Tudo isto para dizer que as tuas lembranças continuam a alimentar os meus dias.
E que as nossas lembranças me continuam tambem a arrancar sorrisos com sabor igualmente doce.

domingo, agosto 12, 2007

EM MINHA CASA OU NA TUA


Gostava que pernoitasses em mim quando o dia se fosse embora. Que te soltasses no ímpeto da carne, a desfraldares as tuas velas no meu rio, aqui junto ao beijo cor de volúpia.
Porque amor, quando a noite se viste de pijama, sinto um balão de ar quente na memória, a insuflar-me a vontade de me perder num relâmpago de um beijo teu.

UM BEIJO SOLTO EM TI


Sei que já o disse muitas vezes
mas não há melhor forma
de expressar o que sinto.
Tenho saudades tuas...

sexta-feira, agosto 10, 2007

QUANDO TU DORMES


Porque será meu amor que sempre na tua ausência tudo se suspende e o desejo de te ver é tanto que em todo o sítio meu amor te invento...
Fecha os olhos e deixa-te aninhar em mim esta noite... serei o amparo do teu sono, a fonte dos teus sonhos, a lua da tua noite.

quinta-feira, agosto 09, 2007

A TUA PORTA

Gostava de me encostar à porta do teu quarto, com o ouvido colado ao chão para te saber os passos, para sentir no corpo o que se ausenta nas minhas mãos.
Gostava de te saber deitada por entre lençois de linho e sentir a brisa no meu pescoço dos sonhos suspirados por entre lábios teus.
Quero dar mais um passo na direcção daquela luz que brilha por entre a fechadura da tua porta e me ilumina a esquina de uma mala de viagem pronta a ir ao teu alcançe. Posso emalar a via láctea ou um beco de alcatrão, mas quero dar o passo por entre o abrir da porta do teu quarto, e encontrar-te a sorrir a para mim, com um dos teus três sorrisos.
Quero te despir e massajar os pés cansados do caminho dos dias.
Tenho saudades dos canaviais, das algas e dos gafanhotos, dos lenços de tecido e das salinas, dos vagalumes, dos arraiais, dos candelabros debruçados sobre a mesa, do calor de um girassol que se vira, das mãos entrelaçadas e das viagens de comboio, de saltar na corda dos sonhos e de andar a pé a beliscar as conchas e das mãos que se entregam e passeiam por entre sombras de um jardim lisboeta.
Confesso-te... tenho saudades tuas e apenas passaram 59h29m34s

quarta-feira, agosto 08, 2007

O TEU TOQUE

Quanto te revi, o mundo parou. Estava impaciente sem o demonstrar, cheio de vontade de te olhar nos olhos uma vez mais. Quando cheguei, não quis parecer ansioso, mas todo o meu corpo te pressentia e olhei logo na direcção certa. E ali estavas tu, com um sorriso. Vieste na minha direcção e deste-me um beijo abraçado. Como posso não ter previsto esse abraço? Se eu mesmo me disse que um dia te perguntaria há quanto tempo não abraçavas a minha roupa?
Mas tu não abraçaste apenas o que eu vestia. Abraçaste-me a mim e à saudade que sabes que senti este tempo todo. E uma vez mais, sem que isso me surpreendesse, dissipaste-me todas as ansiedades.
Se houvesse momentos que pudessem cristalizar-se no tempo, o do teu toque seria um deles.

terça-feira, agosto 07, 2007

ONTEM, HOJE, AMANHÃ

Não mais do que hoje, digo-te eu do alto da minha boca. Não mais do que amanhã, como quando vinhas e me agarravas com os olhos. São estas as saudades que me amarrotam, sabes? São fortes, compridas, insaciáveis... e amanhã já terão crescido mais um pouco por debaixo de um qualquer saiote de feiticeira dos amores eternos. É a cor do teu beijo empoleirado nos meus olhos!

UM DIA MARAVILHOSO



Sabes o que me apetece?
Perseguir pegadas,
fazer sumo de laranja,
limpar vidros embaciados,
ou procurar pinhões na caruma molhada.
Qualquer coisa que me recorde o passeio de mão dada.
Há coisas maravilhosamente doces e a cumplicidade é uma delas.
São gigantes as manhãs em que acordo com um crepúsculo abismado nos braços.
Entre o azul e o negro, dança-me um céu na boca do beijo, à tua espreita.
Assomas-te à porta do meu ímpeto e regas-me o mar de pele.
Estonteado.
É assim que fico ao acordar quando me recordo do teu cheiro, do teu olhar de trampolim para o mundo.
Gostava de contigo partilhar a máquina de lavar roupa.

domingo, agosto 05, 2007

SILÊNCIO, MEU AMOR VAI A DORMIR


Um dia ainda hei-de assistir ao milagre dos ponteiros,
o momento que começa e acaba sem nunca o tempo se dar,
o dia que passa sem nunca nos apartar.
Boa noite meu Amor...
Sonhos Felizes!!!

ALMOÇAS?


Para o almoço, amanhã, quero ser servido com o meu prato peferido...
O teu sorriso.

PERFUME


No dia em que mergulhaste pela última vez na minha pele deixaste uma cicatriz de cheiros tão intensa que ainda hoje salta aos olhos de quem por mim passa na rua.

sábado, agosto 04, 2007

ANSIEDADE LOUCA


Dentro das minhas mãos há uma polpa, um apetite de pele escorregadia e uma noite de núpcias prestes a consumar-se.
São consoantes e vogais a treparem uma parede de resina construída no lado esquerdo da minha memória por entre um velho retrovisor que sustém o cenário do tempo parado no tempo.
Anseio em te rever...

PERTO, TÃO PERTO


Faz-me falta estar colado à porta do teu metro,
Faz-me falta estar colado apenas à tua espera,
com a língua colada ao desejo de te saber perto...

QUERO SER TEU

Quero-te acercar de mim, acariciar a tua pele...
Quero sentir o perfume solto em ti quando nos amamos,
Quero ouvir tua voz baixinho nos meus ouvidos,
E ficar assim, abraçado a ti, na penumbra da paixão...
E falar em olhares dos sentimentos, das emoções,
E deixar que nossas mãos nos explorem, nos toquem...
Quero deixar que a pele arrepiada lentamente,
Vá substituindo a calma pelo desejo...
Quero sentir o toque dos teus lábios em minha orelha,
E essa tua forma selvagem de explorar o meu pescoço,
Quando tu me chegas, com saudade...
Quero-te tocar devagarinho, te excitar, nos sentir,
Quero-te afagar inteira e ao mesmo tempoum só pedacinho....
Quero-te profanar e violar teu desejo, teu corpo,
Quero a tua entrega total,louca, apaixonada.
Depois quero a paz e a calma,com cheiro de manhã de primavera,
E enquanto descansamos num abraço, numa banheira...
Quero o teu beijo, calmo.... quente...uma carícia terna, um olhar...
Quero desvendar os teus mistérios,tua alma, teu coração...
Quero-te envolver, me aproximar...
Quero-te dizer numa voz baixa, rouca...
Amo-te!!!

TRÊS COISAS


De tudo só ficam três coisas:
A certeza de que estamos sempre começando.
A certeza de que é preciso continuar.
A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar.
Portanto devemos fazer:
Da interrupção um novo caminho.
Da queda, um passo de dança.
Do medo, uma escada.
Do sonho, uma ponte.
Da procura, um encontro.“
"in Fernando Pessoa"

quinta-feira, agosto 02, 2007

ACODE-ME, ABRAÇA-ME


Leva-me para o tempo das ameixas doces
e deixa-me ser suco macio por entre os teus dedos.
Agarra-me como quem sacode o passado
e bebe das minhas mãos a madrugada do que seremos nós.

TEMPO SEM TEMPO

"Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma.
Mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma.
Eu sei, a vida não para!"

quarta-feira, agosto 01, 2007

DELICIOSAMENTE


...
procuro-te
num labirinto de prazeres
que no meu corpo despertas
gosto de te provocar
com as palavras
e com o corpo
são desejos que te digo
são prazeres que te mostro
são loucuras que te faço
e tu rendes-te a mim
pela força das palavras
pelas cores do meu corpo
pelo gozo dos meus beijos.

TOMA O MEU COLO

Dei-te o tronco da minha alma, entreguei-te meu corpo que recebeu o teu numa manhã morna de primavera.
Aconchego-te no meu colo, sinto-te no meu peito. Olho em teus olhos semi-cerrados e vislumbro a minha alma dentro de ti.
Ofereço-te o meu jardim, as tuas mãos procuram as minhas e o meu olhar encontra-se no teu.
Princesa de um reino mágico que desenhamos juntos nestes dias do Inverno ao Verão, com o sol a brilhar no imenso céu azul e assim aguardo o outuno em ti.
Companheira atenta e doce, pisas junto das minhas pegadas, seguindo-me para onde quer que vá.
Quero te sentir adormecida no meu regaço e eu, canto-te canções de embalar ou fábulas de encantar.
Nas noites de tormenta quero-me lá, ao teu lado, ouvir-te chamar o meu nome, ou, ir pé ante pé, até à beira do teu leito despertar-te de mansinho, e enroscar-me no meu âmago.
Hoje estás longe, mas ainda assim estou contigo, trago-te no meu peito, e sinto-te minha, como no dia em que te vi pela primeira vez.
A cada reencontro, o teu abraço é como o mundo que me envolve, como o sonho que se faz de realidade.
Não existem distâncias em nós, porque somos a extensão do outro, eu sou parte de ti, e tu, fazes parte de mim.
Toma o meu colo e dele faz o teu descanso.