segunda-feira, abril 30, 2007

ADORMECIDO

Acordei repentinamente, tinha o braço adormecido, e o pescoço corroído pelo cansaço... A tua cabeça estava apoiada em mim, sentia o pulso trémulo! Olhei-te assim... frágil, adormecida e minha! Senti-me perdido de tudo, despegado do mundo... Os meus olhos lacrimejaram... (não consegui conter) e revivi a noite... em slides, em sequência... cena após cena, beijo após beijo... estávamos ardentes e invisivelmente juntos! Murmuraste... Sorri! (gosto quando fazes isso... dizes coisas que não entendo,e amarras-me o braço com força!) Perco-me a olhar para ti... Ficava anos a fio assim! A desenhar o teu rosto no meu peito, sem te acordar...
Só eu e tu... No mundo!
Aceitas...?
Diz que sim...

domingo, abril 29, 2007

ECOS DO SENTIR

Sentes-me por perto? Sentes que tento enroscar-me... Ser teu mesmo de mansinho. Sem dares por nada… Intrometido! Notas o meu sorriso? O brilho de te ver em frente a mim! Estou nostálgico... Queria sentir o teu calor, perder-me num mundo nosso... sabes… perco horas a olhar o horizonte, a ver como corres ao longe, sempre destemida... gosto quando me olhas por entre pestanas, igual a criança mimada... e te voltas a perder. Dá-me a mão, entrelaça os dedos, aperta um bocadinho... e vamos! Descalços na areia fina. Somos a paisagem, o vento, os rochedos, a praia, juntos somos o mar salgado, as ondas, as conchas e o paredão... assim me fazes sentir... juntos somos a estrela-do-mar, a criança e o castelo de areia... juntos somos tudo... no meio do nosso mundo.

sábado, abril 28, 2007

ENTARDECER

A languidez do fim da tarde alastra-se pelo meu corpo cansado. O ar é translúcido e a cor do céu um azul forte que começa a desmaiar, e ganha já contornos laranja. Foi todo um dia em que parecia ter de novo quinze anos, ou então foram as horas que esticaram e de súbito havia outra vez tempo para fazer tudo o que sonhava. Talvez a juventude se esteja a despedir quando reparamos que os momentos de liberdade física escasseiam. A liberdade da vastidão da praia e do mar, das matas e dos arroios, dos passeios junto ao rio, a liberdade de ter tempo para fazer todo o nada que se deseja. Por isso vibro quando surgem estes dias soltos, como páginas avulso repletas de poemas que não pertencem a livro nenhum. Não são vividos com ponderada programação, nem com alinhamentos pré-definidos, mas antes com a mesma alegria, a mesma ilusão naif e o sorriso gaiato.
E agora estendo-me ao final da tarde no sofá da sala, com a janela entreaberta. O meu corpo queimado pelo sol recente em cada músculo a beleza deste dia, a prova de que há mesmo muitos cansaços bons. O chilrear crepuscular dos pássaros embala-me no torpor do dia já prestes a terminar. Resisto a cerrar totalmente as pálpebras para não perder a mudança das cores das coisas, através das vidraças. As palavras que ondulam no meu pensamento são alinhadas uma a uma no entardecer que parece confiar só a mim o segredo de memórias recentes que me trazem um sorriso aos lábios.

sexta-feira, abril 27, 2007

MOMENTOS QUENTES

Quando guardo a escrita que me fazes, quando leio o que teus lábios me dizem, quando sinto o teu coração bater mais forte, Isso é amor... Quando me preocupo e te encho de mimos, quando te quero proteger e ver-te só sorrindo, quando vejo que estás feliz e me sinto feliz, Isso é amor... Quando deitado ao teu lado sinto a harmonia em redor, quando no teu abraço apertado me sinto melhor, quando beijo os teus lábios e sinto fervor, Isso é amor... Quando sinto saudades de não estar contigo, quando ando à noite perdido se tu não estás, quando a cada minuto da vida te quero por cá, Isso é amor... Quando te amo e te ouço também, quando te sinto e te toco com ternura, quando te acarinho e me dou a ti, Isso é amor... Quando guardo na mente as nossas memórias, quando escrevo verso ou prosa de ti, quando é contigo que quero estar, Isso é amor...

A MINHA ADMIRAÇÃO

As mulheres são de extremos no que toca aos cuidados com o corpo. A forma como elas cuidam dos pêlos que têm no corpo é absolutamente espantosa. Um dos grandes mistérios para mim é o facto de uma mulher conseguir pôr cera quente nas pernas, arrancar os pêlos pela raiz e continuar a ter medo de uma aranha. Por vezes vão ainda mais um nadinha longe, recorrem à electrólise. É o mesmo que pôr os pêlos, um a um, na cadeira eléctrica. É a pena de morte do pêlo. Põem o pêlo na cadeirinha, põem-lhe o capacete metálico, dão-lhe uma última passagem com champô e com o amaciador que ele escolher. A única coisa que o pode salvar é um telefonema da Epilady. Mas ainda assim admiro-as pela coragem.

quinta-feira, abril 26, 2007

CAMPOS DE SONHOS

Da cópula dos sentidos, descendeu a ânsia, brincando de ferver na candeia das artérias. Tremiam que tremiam pensamentos! E o corpo, desapaziguado com a calma, era um desastre no manejo da candura - tanta candura por aqui dentro tudo!.. escorrida numa baba de medo, numa gagueira mansa, suando delicadamente as mãos, prenhas de ternura rota. E a paixão, assim, desavisada de jeito, ia eriçando a penugem das vontades, soprando afetos, afogada em desrazão. E a febre adubada de sonhos ia, de um jeito criança e bonito, servindo de pasto à realidade. Da vigília para o sono, vezenquando encontrava a paz - que me era arrancada dos campos da emoção, pequeníssima flor, tímida de cheiros e gestos, no triste pendor de colher, colher a si. Todavia, eu nunca me queixei, do desconcerto nos músculos, desafinando a orquestra do coração. Recusei remédios, cessei com a lucidez do mundo. Sentir virou minha doença, minha poesia por ti.

terça-feira, abril 24, 2007

FELIZ ANIVERSÁRIO MEU AMOR

A idade deveria ser contada como as horas... tenho 21 e 9 ou 22 e 10 ou mesmo 20 e 12. Hoje dia 24 de Abril é o aniversário da Mulher que eu Amo...
Cada dia que passa estás cada vez mais bela, madura, coesa, forte, sorridente, traquina, mas acima de tudo... apaixonada pela vida...
Hoje, sim hoje porque estamos já no 1º minuto deste maravilhoso dia 24, mais do que palavras valem os actos... sei que és curiosa e isso em ti transforma-se em algo de tão maravilhoso que me faz querer te abraçar só para relaxares de tanta vontade em quereres saber o que irás receber de mim. Seja o que for (logo verás), é uma grande surpresa... mas mesmo surpresa que seja, nada, mas nada é comparável ao Amor e à Paixão que me sabes por Ti. Bailo por esta noite escura e trago nos meus braços as flores com que quero te envolver... bailo neste silêncio onde o som que tu ouves é o meu coração, sedento por ti.
Mais do que palavras... hoje... o dia é TEU!!!
FELIZ ANIVERSÁRIO MEU AMOR...
P.S.: A foto é sem dúvida um preságio do que te quero oferecer não apenas neste dia...

domingo, abril 22, 2007

A MINHA PRIMAVERA

Sono em suspenso, madrugada quente. Suor nas idéias, pensamento insone. Lembranças remotas, semi-vividas, que me trazem saudade e o desconforto de não terem tido desfecho contigo. Nem materialidade, quantas vezes. Saudades tenho do teu ardor juvenil, confesso, desse suor que hoje sua novamente a face, acelerando as sensações, oferecendo-lhes textura, cheiro, semântica. Oferecendo-lhes poesia. Sim, saudades do gosto, do rosto, de antigos trejeitos, transeuntes das minhas ruas, ou bichos das selvas de mim. Ainda assim, sei que não trocaria de instante. Este é o mais belo... Encontro no meu presente tudo aquilo com que sempre sonhei. Beleza, reciprocidade, afeto. A história outrora aguardada. Construo o que há de mais sublime na existência. Sou fiel a tudo isso, a eternidade desses sentimentos, ao tanto que me renovam, e também resgatam a verdade de menino, que sonhava o amor. Carrego um sem número de reticências, mas também vou fechando lacunas, acrescendo pontos finais. Abrindo parágrafos, preenchendo páginas de um branco tão moreno como eu, com o sol do amor que faz em mim.
És (pra sempre) a minha Primavera.

sexta-feira, abril 20, 2007

TENS-ME ASSIM... NÚ AOS TEU OLHOS

Tenho o coração descompassado, estou feliz! Por breves momentos que mais pareciam eternos pude assim te rever... e é sempre como uma surpresa boa, como ter notícias sem estar à espera. Foi uma troca de mensagens de puros olhares, tudo aquilo que me possa fazer sonhar... mas foi tão bom! Ninguém me tira nestes dias este sorriso de orelha a orelha. Sinto-me feliz. Sinto-me feliz com isso, por ter partilhado um pouco de alegria com a Mulher que Amo. Sou um tontinho sim eu sei. Um tontinho feliz, de lágrimas sorridentes nos olhos. Percorri um caminho de ternura que me levou até ao amor. Dei conta que afinal nada sabia sobre os arrepios da pele. Envolvi-me num manto de alecrim e apenas nas ondas do Tejo me atrevo a soltar o meu tesouro sob a forma de um beijo eterno, esperando que um dia ele consiga atracar nas margens do meu Douro.
O primeiro olhar sabe-me sempre ao primeiro beijo que ambos tecemos numa manta pintada pelos nossos dedos por entre os corpos que se uniam, belos olhares quentes trocados e imensamente profundos... sabes-me irremediávelmente e loucamente apaixonado por ti.
Somos feitos das memórias que tecemos, procurando a vida que arrumámos no baú, como vitaminas que nos fortalecem quando o corpo pede calor às recordações. Somos feitos da música que escorrega do luar. Queria ganhar esquadria no teu peito. Não cabe lá o meu som?
Sei que te pertenço, sinto-o mas também o permito, o desejo que assim seja e tal como uma criança inocentemente te abro o peito e deixo-te entrar sem mais demoras.
Sim porque te quero e o desejo não sabe mais por onde escapar, arder, consumir... tal é a sua força que apaziguo apenas no momento terno e suave em que abro os olhos e sinto os teus em mim.
Enrosco-me no lençol arranhado pelo nosso tempo, retiro de mim o que do Inverno guardo, sentinela de palavras que me escorrem às mãos-cheias, tão vazias quanto o arbusto morto em raiz de fraqueza, tão abandonadas à sorte de um bem-querer que não se quis, mitos de romaria a correr para saudar o vento quando o corte da laranja suspensa ainda sabia a sumo fresco. São risos, alcateias de uivos a encher a minha noite, trepando devagar pelos meus cabelos soltos e curtos, ecoando como águias em fúria empoleiradas num campo de malmequeres à espera da presa esguia, dos olhares e do medo, investindo contra a minha nostalgia que transpõe a autoestrada em segredo e acorda contigo, espreguiçando-se cedo no abrir das tuas pálpebras.
Quero acordar contigo hoje... amanhã... e depois...

quinta-feira, abril 19, 2007

RETRATO


"A vida é uma manta de retalhos". Muitas vezes dei por mim a soletrar estas palavras por entre momentos bons e outros menos agradáveis. Hoje compreendo que dedilhava por entre palavras uma composição errada. Em algum momento posso considerar a vida uma manta, muito menos composta por retalhos. Hoje posso afirmar que a vida é como um retrato a carvão, vincado por entre o queixo forte e firme e a fina linha que abraça os olhos. Posso estar de novo errado, mas... sei... sou... sempre com um sorriso por entre os lábios mesmo quando tristes.. porque cada um... Eu... Tu... somos como um retrato que se completa a cada dia que passa... por onde o teu cabelo é uma onda de espuma na areia suave que forma a tua pele. Saber sorrir... eis que se resume a isso... Pode soar simplista e minimalista mas o que é o sorriso sem saber se sorrir? Hoje apercebo-me que sou provavelmente redutor e ao mesmo tempo exacerbado... reduzo tudo à simplicidade das emoções que muitos julgam complexas mas onde na verdade... tudo faz sentido... tudo é tão simples como o sorriso de uma criança. Um retrato... um retrato da vida seria para mim o Teu onde os olhos vivem como candeias sempre acesas, a tua face a palete de cores vibrantes que me fazem querer pintar mais e cada vez mais. Neste retrato a tua boca tem o calor de uma lareira carregada de brasas que se veêm acesas por entre noite fora... é um fogo que não queima madeira mas sua luz se prolonga e estende por entre o infinito. Cada dia passado, vivido e sentido transforma-se numa pincelada a carvão na composição do teu retrato... e de longe... mas tão perto... admiro-o na sua composição. Porque tudo seria tão belo se todos sorrissemos, alegro-me porquanto em conhecer o teu... e isso só por si... basta-me para me fazer sentir... Feliz. A vida é um retrato em constante movimento... gostava um dia de rubricar o Teu.

quarta-feira, abril 18, 2007

NOSTALGIA

Vestido de azul entro pela praia adentro tentando serenar o coração tingido pela saudade, pela presença de um rosto transformado na ausência perante o horizonte mais faminto que conheci até hoje. Seguro o guarda-chuva na mão trémula junto ao peito onde as nuvens que carregam o céu são abismos desvastadores. O que olho? O que busco? Que anseio pedir ao horizonte que ele me traga, sem questionar, sem ambicionar o ser que me completa à minh'alma frágil e forte no seu querer. As rochas escondem o vício das palavras quentes, os traços cinza que cortam desejos procurando e sentindo marés que deslizam por entre memórias recentes que vou tendo. As marcas do desassossego, de uns lábios aflitos à procura do teu abrigo que me chega porque a madrugada dorme no sono e as gaivotas que me perseguem pousam nas dunas torradas escondidas por entre o brilho dos teus olhos. Passo a passo introspecciono o limite das mãos tentando desvendar as peças que compõem o puzzle do silêncio e os monólogos criados e recriados, falando e gemendo, gritando e chorando à medida que vou teatralizando uma simulação quase óbvia àcerca de mim e do que me rodeia.Tenho saudades. Amo. Respiro. O mar continua calmo. Tranquilo. Hoje faz-me companhia e transporta-me ao seio do teu colo. Anseio que a sua espuma me abra silhuetas na pele e o sal se desdobre nas minhas pálpebras. Se a nostalgia chega aos olhos é a razão enfraquecida pela força do sentimento que me une ao teu ser.

terça-feira, abril 17, 2007

ESTES DIAS

Assim que atendi fechei os olhos... tudo apenas naquele momento se resumia à ti, à tua voz. Sim chérie, o desejo de estar contigo é por demais evidente em mim. Irrequietos, assim são os meus dias e desesperos pela noite adentro. Suspirei de imediato ao te ouvir. Doce e gentil... não quero mais sentir estas arestas o silêncio... ferem-me a alma e cravam-se-me na pele... sem gumes e sem reservas. Quero desamarrar-nos deste horizonte e olhar em teus olhos... mergulhar nos gestos que me adivinhares e permitir-me sentir-lhes o sumo das palavras. Guardo no céu da minha boca o som ensalivado do verbo que anseias afagar no teus ouvidos... talvez consigas o ler em minh'alma ao melodiar meus lábios. Abro as minhas mãos e deitas-te nelas... sente-lhes o sabor da saudade, o remoínho que dança por entre elas e a loucura que percorre a ponta dos dedos na ânsia em te tocar. Permaneço irrequieto na sombra da saudade a observar cada palavra tua, cada som, cada gesto solto por entre as sílabas que me dedicas.Dedicaste-me um beijo de boa noite e isso só me encanta neste instante... saber-te a beijar-me... querer amar-te...Eu sei que em breve... muito breve... estaremos juntos... mas este instante longe de ti é para mim uma eternidade amorfa, vazia da realidade... vou gritar por ti... sim... vou gritar... assim mo pede a saudade!

segunda-feira, abril 16, 2007

DEUSA SOL, MUSA LUA

Amo as últimas horas da tarde, sobretudo quando é final de Primavera. Sou devoto da noite que principia, cheia de brisa, chegando a sombra ao corpo, refrescando a face. Adoro quando os raios de sol, já menos eufóricos, dizem-me: "adeus!"; quando eles se esbatem com cuidado, brincando com a palidez da pele. Invariavelmente adoro presenciar a transformação milagrosa do tédio em encantamento. E por mais desesperado ou aflito que eu esteja, páro nesses momentos e sorrio de feliz. E por mais feliz que eu possa previamente estar, há lugar cativo para esta ventura ancestral. É quando meus antepassados festejam os mistérios do mundo, com seus ritos pagãos. É quando Nix e o Deus do Sol se beijam, na boca da minha pós-modernidade maravilhada.
Adoro te beijar... sentir o gentil sabor dos teus lábios transformados em raios do Deus do Sol que agora poisam por entre areias escaldantes que se transformam em brasa quente por ti. Pudesse eu te entregar neste instante a saudade que me aperta e me desespera, a vontade em te rever e por um instante que fosse, olhar-te na luz ou na penumbra e sorrir no dislumbre mágico da tua beleza, na quietude da paz contigo, na alegria do perfumado toque nos teus cabelos.
Tudo em ti me faz falta...

SENTIR-TE

Da cópula dos sentidos, descendeu a ânsia, brincando de ferver na candeia das artérias. Tremiam que tremiam pensamentos! E o corpo, desapaziguado com a calma, era um desastre no manejo da candura - tanta candura por aqui dentro tudo!.. escorrida numa baba de medo, numa gagueira mansa, suando em minhas mãos, prenho de ternura rota. E a paixão, assim, desavisada de forma, eriçando a penugem das vontades, soprando afetos, afogada em desrazão. E a febre adubada de sonhos ia, de forma tola e bonite, adocicando a realidade. Da vigília pro sono, vez enquando encontrava a paz - que me era arrancada dos campos da emoção: pequeníssima flor, tímida de cheiros e gestos, no doce pendor do teu olhar, no desconcerto dos músculos, desafinando a orquestra do coração. Recuso remédios, cessei com a lucidez do mundo. Sentir-te virou minha poesia.

domingo, abril 15, 2007

ESTAÇÕES

Estou à primavera de sensações indóceis. Florações extremas, e no entanto, mudas, só eloquentes de silêncio e olhar. Discretamente solitário, aguardo pela ventania inconfidente da alma, afim de que ela cante minhas proezas, revele minhas histórias, as sonhadas e vividas. Minha quietude é de bosques que trazem a urgência dos verdes, revivendo a cada estação, o definitivo da vida. Cresço inesperadamente nessa temporada, feita de noites arrastadas, consumida no ópio de palavras silenciadas pelo medo de morrer de amor. A estrada desses mornos dias é longa demais, a rotina é uma recta que desejo bifurcar porque sonho com curvas de mulher. Sonham as curvas comedidas em mim. Mesmo calando sussurros, palavras, frases inteiras, orquestro-me, alcanço as estrelas dos meus delírios, agigantado por dores e agonias, por ilusões, sois temporais, secretamente difundido nas minhas entranhas, nas dimensões multiplicadas de meus eus. Minha natureza sabe que, a despeito de quaisquer rios que eu navegue, desembocarei sempre em versos livres, e assim será até que as flores perfumem alegrias nas curvas dessa mulher, no doce leito do seu ser.

sábado, abril 14, 2007

A DOIS

Escrevo-te com fome e silêncio. Longe de convenções, afastado da lógica, mantendo a realidade do meu ser. Mas o teu nome, não sabes, está pregado na minha boca. Deliro-te. Deliro por ti. Neste meu refúgio de girassóis, no meu exílio voluntário, no cansaço, no recomeço, na esperança, na solidão das horas mais minhas, onde me revejo e renovo, onde convoco enigmas, inexplicações, distancio-te para te ter mais perto no paradoxo do reencontro. Despejo e desejo, carícias e urgências. Oscilo extremos de agonia e gozo. Dou este que na ausência te ama por entre nuvens de algodão doce. Preencho-me com a tua falta, por entre labirintos perco-me para de novo te encontrar dentro de mim. Salto por entre mundos reencontrando-te a cada instante. Este sou eu, sem avisos prévios, improcedente, doce, afeito ao afecto, por onde arredio também, tudo de sim, tudo de não, sempre a dois. Não sou apenas um jogo de palavras. Apareço como a afirmação da minha inconstância assumindo os meus contrastes, esgotando-me na sombra e renovando-me na luz. Quero-te com a minha cara amassada de sono, da torre dos meus delírios, quero-te no presente, no futuro, quero-te aqui e na terra que é só minha para fazê-la tua, com a urgência das estações, primaveras e verões e abraçar-te na nostalgia dos invernos, platónicamente ou não, possuindo-te com força, perto e longe, da forma que quiseres. Não sou egoísta. Transito, oscilo, alucinado, responsável, contente, cabeça dura, sim eu sei, cabeça dura. Mas com tanto amor impregnado na distância, na presença, com aquele geito de criança ardendo impulsos, quando estar perto é a finalidade a que me proponho. No teu colo, entre as estrelas que ainda não tocamos, na poeira cujo vento levanta e acumula histórias, momentos, instantes, na cama dos nossos afagos, na madrugada que não se fez ainda. Este sou eu, aprisionado à liberdade da busca e quero-te assim, toda minha, quando tu fores tua, e eu também, porque há nas minhas pegadas toda a minha alma que arde por ti.

sexta-feira, abril 13, 2007

IMPROVISO SOBRE NOITE LÁ FORA

Sinto no ar um misto de azul e vermelho. Lá fora o vento sopra de Sul e traz-me suspiros entrelaçados pelas estrelas, poisados em raios polares que conservam a essência das palavras e emoções que me falam ao ouvido. Exalo desejos e vontades de agarrar cada uma dessas pétalas de colibri que me chegam. O eco da noite já se instalou e neste silêncio oiço além das ondas que se estendem na areia na ansea de cobrir minhas pegadas que se antecipam ao corpo e rumam além terra... em busca de ti.
Soltei um suspiro quente-frio vindo do vento de nordeste misturado pelo meu pensamento em ti.

Pensamento que se amarra à fantasia, à realidade sentida e emotivamente vivida, as teclas os números, as letras atrás de palavras, o pensamento numa data, numa hora, o improviso em te rever te sentir, te abraçar, te beijar... e logo após esse improviso a memória que regressa sempre quente, o tempo o momento o instante de todos os fascínios, a ponte suspensa, o arco que nos eleva, o barco que nos transporta por entre fivelas de amarras coloridas que nos embalam rumo ao à estrela Sol. Respira... respira comigo a essência que nos percorre a Alma, mesmo em dias turvos, cinza, sorrio para ti... solto gargalhadas engasgadas por entre sulcos de loucura aprasível, amiga, palavras sem sentido, disconexas, mas que nos entregam o alívio, a paz.

Xiuuu oiço uma música que ousa quebrar o silêncio da noite... hum... música para amar, enlaçar, abraçar, música que embala o próprio beijo... vou soltar um suspiro e também eu o embrulhar num pano violeta e o entregar às ondas e pedir um desejo... "peço às ondas que me levem o suspiro embrulhado pelos trilhos e marés, numa viagem sossegada, e o te entreguem no lago que te banhas, para que assim... saibas... que hoje... pela noite adentro... estarás comigo... nesta ausência-presença... mas aqui dentro... aqui bem dentro de mim... a cada dia, a cada hora, a cada minuto instante ou segundo... estás sempre presente."

Vou para dentro... vou-me abrigar no meu suspiro que te pertence e assim... sorrir adormecido em ti. Sinto-me agora quente... inundado pelas brasas do improviso que me entregam sempre a Musa que me preenche, as chamas que me despem, onde o fósforo... és TU.

quinta-feira, abril 12, 2007

PELA MANHÃ

São duas da manhã.
Não consigo dormir a pensar em ti. Sonho acordado, meto-me no carro. E vou ter contigo. Eu quero-te pra mim. Fecho os olhos e deixo acontecer. Sinto a tua boca, vejo-te sem roupa. És tudo o que eu quero. Teu corpo suado contra ao meu. Vou-te levar comigo ao céu. Diz-me se é assim que gostas. E quando pensares que acabou, volta ao principio outra vez. Vai ser perfeito. E de manhã eu vou estar lá pra te... amar...
Eu e tu deitados numa cama nus
Debaixo dos lençóis o mundo é meu e teu.
O tempo pára o vento deixa de soprar.
A fazer amor, a fazer amor. Eu e tu deitados numa cama nus. Debaixo dos lençóis o mundo é meu e teu. O tempo para o vento deixa de soprar. A fazer amor, debaixo dos lençóis. Nada mais importa.
Se estás a meu lado eu sou feliz. Não da pra explicar. Vê o meu olhar e diz-me o que vês. Completas o meu ser. És a peça que faltava em mim. Sem dizer nada teu corpo diz tudo. Num abraço sincero. Teu corpo suado vem contra o meu. Vou-te levar comigo ao céu. Diz-me se é assim que gostas. E quando pensares que acabou, volta ao principio outra vez. Vai ser perfeito. E de manhã eu vou estar lá pra te... amar...
Vinha no carro até casa a ouvir esta música e tudo nela me faz lembrar de ti.
Sei que a conheces, sei que já a ouvimos... mas tudo nela faz-me querer-te ainda mais...
Tudo nela... és tu...
(Music by Gutto)

quarta-feira, abril 11, 2007

DEIXAS-ME ASSIM

Hoje cheguei a casa e as luzes estavam baixas, velas pousadas delicadamente no chão como se um trilho traçassem, o ambiente estava quente, dava para sentir o teu cheiro... aproximei-me da sala e ali estavas tu... sentada no sofá... a pele brilhante de um suor produzido sem esforço, os olhares eram cúmplices e as vontades imperavam ali... e a minha era uma enorme vontade de te devorar!Aproximei-me e ajoelhei-me a teus pés... beijei-te os lábios com ternura mas sentias-me tenso de ansiedade por muito mais... levantei-me, puxei-te por um braço, virei-te de costas para mim e fiz-te ajoelhar no sofá que coberto por uma manta azul recebia agora o teu corpo. Apoiei um joelho também no sofá enquanto me colocava lateralmente... sentiste a minha mão a subir pelas tuas coxas afastando a saia solta que vestias... beijando-te as costas sentia-te a estremecer e por entre lábios cerrados soltavas suspiros de desejo, pequenos murmúrios de prazer que mais gemidos pareciam dado não entender as palavras... sabia sim que me querias porque ao meu toque no teu sexo sentia-lo húmido... procurei o teu pescoço e por entre beijos e ferradelas confessei-te ao ouvido "Vou-te possuir". Estava já com uma erecção plena de vontade em entrar dentro de ti... que visão a minha... as tuas nádegas, de formas deliciosas viradas a mim, à minha mercê, aqueles lábios inchados que se abriam para mim, tudo na tua posição transpirava sensualidade, tuas meias faziam sobressair os contornos das pernas, os teus longos cabelos sobre as peças pretas que te cobriam os seios, tudo, mas tudo em ti fazia-me sentir excitado.Com uma mão afastei uma das nádegas e dirigi o meu sexo duro e sedento para o teu ser de Mulher... o deslizar dentro de ti foi algo indescritível! Sentia alguma resistência o que fez crescer a vontade em te penetrar... sentia o calor por desvendar, a humidade, o forçar do teu corpo em direcção ao meu como uma presa que de tão louca foge na direcção do predador... um profundo gemido inegável do prazer que a minha entrada te proporcionava... um vai e vem naquele momento lento mas determinado, com vigor e certeza que agora evoluia ao saor do tesão. Olhavas-me de lado, para trás, os teus olhos bem abertos, completamente dilatados tinham em mim um efeito catalizador... olhavas-me como que me a pedir para não parar e os meus fixados nos teus dizendo-te que navegaríamos ao sabor do vento e que por sinal se fazia de feição a nós.Sentir-me a entrar em ti assim, o bater do meu corpo em tuas nádegas, a mão a percorrer-te os seios... acariciá-los... a tocar o teu sexo enquanto te penetrava nesse vai e vem agora com maior vigor e força... gritaste alto... eu arfava... tu gemias, suspiravas e tudo em ti me dava mais e mais prazer. Abrandava o ritmo, aumentava a força com que me alojava no teu interior... aumentava a cadência, diminuía a força das penetrações. Sempre que algo mudava me olhavas de imediato, estavas em sintonia com o meu ser, a minha paixão, o meu tesão.Sentia-te a desesperar e eu adorava cada instante daquele momento... puxava-te os cabelos sem te magoar e sabias-me com as minhas contracções num auge cataclítico... gritavas de novo, mas fazias-lo de pura excitação.Quase institivamente forçei ainda mais, os gemidos foram mais altos, os berros eram audíveis em todo o andar, os movimentos mais rápidos, os balanços mais longos e finalmente senti a jorrar por entre mim o teu orgasmo por entre um longo gemido, rouco, cávado, vindo das profundezas do teu ser, mas continuei convergindo num cenário de luxúria enquanto continuava a te agarrar... olhaste-me de novo como que a questinar-me se queria continuar ou parar... investi de novo agora maior intensidade e soltas-te a tua mão directa à almofada que ali se mostrava num ápice de desespero pelas longas e profundas penetrações que te oferecia... tremias... cada vez mais... teu corpo por vezes caía no sofá sem forças para se erguer de novo sem ajuda dos braços... vi a expressão de premência no teu rosto, os olhos a fecharem-se, sentia já um líquido a percorrer-me as entranhas, através de mim... não conseguia aguentar mais... os corpos cederam e tive o orgasmo desejado, eufórico e como que num efeito dominó senti que tinhas também tido outro... caíste completamente desamparada para cima da manta que cobria o sofá... acompanhei-te e ali ficamos por momentos agarrados... a olhar nos olhos um no outro... a trocar carícias, beijos longos e suaves... voltei a sussurrar-te "Amo-te! Cada vez mais! A cada instante!". Sorriste e abraçaste-me como que a procurar abrigo para repousar após uma longa jornada... E ali ficamos... juntos...

"Um perfeito início da noite"

terça-feira, abril 10, 2007

FELINOS

Eu quero mais... muito mais... mais do que estas palavras, sonhos eróticos e fantasias em lencois solitários. Quero mais... muito mais... quero te ver, quero te tocar, sentir-te quente, suada, enlouquecida, fazer-te sentir-me em perfeita erecção. Quero sentir o teu cheiro, cheiro doce, incandescente, cheiro de Mulher, e quente. Eu quero mais... muito mais... quero sentir o teu gosto, tua boca, tua lingua indecente. Eu quero ouvir a tua voz, sussurrando-me poesias e desejos ao ouvido, quero ouvir os teus gemidos roucos e incontidos, gemidos soltos, quando te delicio com mãos e línguas. Eu quero mais... muito mais... Eu quero te dar prazer, quero te ter, quero que sintas a minha pele arrepiada, meu cheiro, meu gosto, meu sexo...Estes longos dias sem nos ver-mos, deixam-me louco, alucinado, carente, felino enjaulado, apressado, trôpego e excitado sempre que oiço tua voz, imagino teu sorriso... beija meus lábios, pescoço, peito... olha-me nos olhos e diz que me Amas... arranca-me a camisa enquanto me ajoelho perante ti, sentindo o teu sexo, teu perfume doce de mulher, sentir-lo húmido ao toque da minha mão... sussurros, gemidos gritos... sabes-me saciável apenas em ti. Eu quero mais... muito mais... quero-te Mulher, fêmea, felina, quero que te abraçar, acariciar, beijar... quero cair em ti de êxtase, em climax, num explodir de um gozo fenomenal...
Quero-te...

segunda-feira, abril 09, 2007

ÁGUA AZUL


Sob o chuveiro amar, sabão e beijos, ou na banheira amar, de água vestidos, amor escorregante, foge, prende-se, torna a fugir, água nos olhos, bocas, dança, navegação, mergulho, chuva, essa espuma nos ventres, a brancura triangular do sexo - é água, esperma, é amor se esvaindo, ou nos tornamos fontes?
Fontes de amor, de paixão, de tesão, de cumplicidade enamorada...
Tu e Eu...

domingo, abril 08, 2007

CHEGA ATÉ MIM

Chamas-me na língua líquida das ondas, com garras, gestos, cerras-me unhas de diamante e porcelana, no âmago do meu ventre. Mar Felino, jaguar na planície, e sonho contigo permanentemente, desejo consagrar-te cada coágulo do meu sangue, cada baba da saliva da minha boca beijada, pelo fogo esculpido em naifadas de palavra. Quero que me esventres a começar pelo umbigo com garfos de lava e fogo, no destemperamento louco, da tua devoradora boca, em cada alongada onda dos teus lábios.A noite avança dentro da minha alma qual desfolhada rosa vermelha numa alma sulcada.Pego em tuas frágeis e irrequietas mãos e sinto-lhes o quente que emerge de dentro de ti.Envolvo-me num pano de fundo dourado, onde as cores se misturam em teus cabelos, pano de seda e suavizado pelo doce toque da tua pele. Este silêncio é o pronúncio da saudade.Encontro-te nos meus lencois e sorrio-te. Aguardas por mim e eu gosto disso, tu bem sabes. Aninhas-te em mim, digo-te que te amo, digo-te quem sou, quem fui e quem espero ser na tua vida, ouves-me no teu silêncio.Digo-te que te quero junto a mim aonde eu te espero impacientemente, falo-te, dos meus sonhos, dos desejos, das minhas horas, minutos, segundos, momentos e lugares que eu repetidamente penso em ti.Falo-te das noites que desejo estar contigo, inúmeras noites, dias, que não têm fim, até mesmo quando fecho os olhos, a tua imagem perdura dentro de mim.

quinta-feira, abril 05, 2007

NA CABECEIRA DA CAMA

Todas as noites, adormeço de olhos abertos.
Enroscado nos meus lençóis tenho como cobertor o brilho que me ilumina as paredes do quarto como se na cabeceira da minha cama, cuidadosamente pousado, repousa o tesouro que inicia o arco-íris.
Quente como o nascer do sol, a brisa suave que me percorre os cabelos embala-me como aquelas canções que partilhamos os dois, o encosto de uma cadeira de baloiço feita de palha onde meu corpo repousa em êxtase na sensação do teu.
Aquela fotografia, é dela que falo... livre como uma pena de andorinha que baloiça por entre as ondas dos meu lençóis onde o mar é o meu corpo.
Daquela carta tua que me entregaste dobrada, é dela que falo... depois de ler a carta e olhá-la, e olhá-la, fico num estado siderado, fora de órbita, a dormir de olhos abertos na tua companhia, sentindo um não-tempo, preso num vácuo morno onde o mundo existe apenas para nós, apenas em nós.
Todas as noites chegam-me assim, contigo a meu lado, porque o adormecer contigo é o prazer da noite feita lua e o acordar um vulcão de desejos em te olhar e te dizer "Amo-te".
Na cabeceira da minha cama brilhas numa palete de cores quentes onde te envolves em minh'alma e dela fazes o porto que te desejo oferecer, para de lá partirmos pelo mar adentro numa caravela pintada com a forma do teu sorriso, e a mão que te embala e te entrega o meu Amor.
És a luz da minha noite, o brilho do meu acordar.

ALI BEM PERTO DE MIM


Ali, no repouso da minha cabeceira... junto à minha cama...

Amanhã contar-te-ei o que nela brilha.

ESTES DIAS

Veio um dia atrás do outro, chegaram numa fila longa e ordenada. Iam-me batendo à porta que eu gentilmente abria. Entravam e traziam-me coisinhas pequeninas, pequenas palavras, sorrisos cúmplices, olhares trocados, beijos concedidos, cedidos, arrancados do desejo profundo que se encaixava nos meu peito branco pérola. Entravam, limpavam os pés, alguns chegaram a descalçar-se para falar mais à vontade de imagens que me preenchem, de sensações que me inundam, de emoções que nos pertence, de sentimentos que partilhamos.Esfreguei os olhos, e quando me preparava para os abrir, pensei se esses dias ainda ali estariam, ávidos para me receber... permaneci ali um instante no desejo de os encontrar... abri os olhos... encontrei-te ali, num sorriso que só tu sabes o esboçar, linda...
Saudades... tuas...

quarta-feira, abril 04, 2007

ENCANTO-ME

Encanto-me a devorar os teus sentidos, as tuas palavras, a tua pele, os teus lábios...
Encanto-me a deliciar-me nos teus olhos, no teu sabor, nos teus cabelos, no teu amor.
Encanto-me a provar os teus beijos, a tua paixão, a tua fúria, o teu tesão.
Encanto-me a encantar-me na tua alma, na tua essência, no teu ser, no teu néctar.
Cada recanto do meu corpo está aberto e exposto às tuas mãos sedentas do meu ser, como um fogo suave que te percorre a cada passagem de um beijo meu onde o teu me sabe como frutos de um bosque selvagem.
Vou sorver-te o ar, beber-te a água, comer-te a carne, encher-te de mimos, preencher-te de beijos, abraçar-te a alma e sussurrar que te Amo...
Encanto-me a encantar-te, a ver-te sorrir, sentir-te feliz.

segunda-feira, abril 02, 2007

LET'S MAMBO?

SILÊNCIO


Hoje caminho sobre estradas de folhas caídas pela outrora brisa de Outono, e o reflexo que me encadeia é o dos teus olhos avelãs, rasgados por um sorriso lindo Primaveril. Hoje calo as palavras... ouve-me apenas...

domingo, abril 01, 2007

BRAILE


Braile também é...
Quando as tuas mãos tateiam na minha pele e eu fico...
...cego de desejo!

VIVES EM MIM

A noite chegou, e cumpriram-se as horas de mais um dia vazio. Dou por mim a falar de abraços, a lembrar abraços, a sentir a falta dos teus braços. Dou por mim a pressentir beijos, a negar beijos, a desejar os teus lábios. Dou por mim a falar de viagens, de idas e voltas, partidas e regressos, a sonhar o teu retorno. Dou por mim falar do que sei, a procurar o que não sei, e a perguntar-me onde estás. As horas passam e crescem os meus anseios. E continuo a querer-te tanto! Acredito ainda nas promessas não cumpridas, no arredio dos caminhos, na simulação das palavras, no desvio do teu olhar... Mas quero-te sim...tanto! E eu sei que te adoro. Sei que sabes que te espero. Ainda te quero... e tu não sabes, nem mesmo sabes do tempo, das horas que gasto a admirar-te. E eu sei. Eu sei que vives dentro de mim. Cada dia teu a velejar, a levar-te adentro desse mar, não te impede de voltar. Tu moras... dentro de mim.