segunda-feira, julho 23, 2007

CHEGA-TE A MIM

Chega a noite da eterna saudade, instante em que dispo o corpo, e deixo a alma alcançar as asas que guardo no armário dos sonhos. Qual ente vazio de formas, difuso na névoa que envolve a escuridão, vagueio de estrela em estrela, seguindo o caminho que me há-de encontrar no mundo etéreo do teu coração. Entrega-se a seda da tua pele, às rendas que te cobrem o corpo semi despido. Cobre-te a suavidade duma quimera por encontrar, acalenta-te a utopia do reencontro final. É Noite, e sabes me encontrar, como se fosse dia. Lá fora, entre a amalgama de estrelas e planetas por descobrir, vislumbras a silhueta do meu espirito a pairar, sentes o perfume da pele que não trouxe comigo, e entendes o cântico difuso das minhas palavras. Desprendes o corpo, que adormece em água tépida, de espírito alvo, libertas-te das amarras que te prendem ao cais da solidão, e qual borboleta multicolor, elevas-te na brisa do vento que te enche as asas de fôlego, vais ao meu encontro. O tempo suspende o respirar do próximo segundo, quando a tua essência se mescla com a minha, a Noite veste-se de brilho, como se fosse dia, e, ali, sós, encontramos a tranquilidade procurada por séculos a fio, num abraço eternizado entre as estrelas do firmamento.

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