sexta-feira, julho 20, 2007
UM NOVO AMANHECER
O quarto, iluminado pela luz trémula das velas, exala o perfume do incenso de canela que deixa no ar uma atmosfera enevoada. A música invade todo o espaço, com acordes suaves, enquanto te espero. A cama vazia, acolhe o meu corpo desnudo, que repousa, envolto no véu dos sonhos que despertas em mim. Deixo a alma voar, embalada pelos sons suaves, pairo sob o céu inundado de estrelas, esperando ver-te chegar. Dormente, sinto-te os passos, o teu aroma invade o quarto, a luz das velas estremece juntamente com o meu coração, e a minha alma, pousa sobre o teu ombro, abro os olhos. Estás aqui, o teu corpo descobre-se, e na penumbra, encontro as tonalidades da tua pele que se perdem nas curvas de um corpo de menina, vestido com uma alma de mulher. Os meus braços acolhem a tua alma, e a minha alma recebe o teu corpo, sentimos o toque, sinto o calor da tua pele, e tu sentes o perfume da minha. Não estamos a sonhar, nem tão pouco são meras palavras com que criamos cenários que apenas a imaginação desenha. Somos tão reais, como a mais pura realidade e os nossos corpos entrelaçados, amam-se, sobre esta cama, outrora vazia. Nesta arte mágica em que as almas dançam sobre os corpos desnudos, que a um ritmo suave, se amam, o mundo evapora-se como uma gota de água numa tarde de Verão, e ficamos só nós dois. Hoje, nem o amanhecer desvanecerá o sonho, porque hoje, a realidade surpreenderá o final da noite, e quando o dia se fizer anunciar, encontrará dois amantes, sobre a cama onde habitualmente, só tu acordas.
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