quarta-feira, julho 11, 2007

CHAMA ACESA EM TI

O teu poema em chama, erupção, transfusão de sangue em seda que me envolve por entre janelas voadoras que me fixam no teu olhar adocicado, porque a sede ávida pelo teu canto me faz viciado em admira-lo, é nicotina que minh'alma mendiga impaciente. Os teus lábios que fervilham a mais de trinta e nove graus centígrados, que eu à sombra sorvo cego sem olhar, que me ferram dardos sem abrolhos mesmo que deles não afluam palavras com rosto de ponte levadiça, são arcos onde transbordam rios prenhes dos teus nardos. Canta para mim, ave formosa de voz sedosa, que a cada canto avisto remansos de desejos renovados e em cada orelha há beijos emigrados à espera de ti.

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