segunda-feira, julho 30, 2007

CONFISSÕES NO FEMININO

Quero um amor perfeito, e como perfeição é coisa que não existe, também não encontro este tipo de amor. O problema é que eu acho que até nem sou muito exigente. Ora vejamos: não quero um amor a meio-gás, a meia-chama, a meio-da-agenda. Quero alguém que realmente se entregue, que se preocupe comigo e, acima de tudo, que me faça sentir que sou a mulher da sua vida. Quero que, ao acordar, olhe para mim e me ache linda, mesmo despenteada, sem batom, sem uma roupa xpto, e nesse momento, me acorde com um beijo apaixonado. Quero abrir os olhos e vê-lo de barba feita, com o perfume do After Shave a envolver-me, toalha enrolada à cintura, sorriso sedutor de “Bom Dia Amor!”. Quero ver ao fundo da cama um tabuleiro com um copo de sumo de laranja natural, acompanhado, nada mais, nada menos, de uma magnífica rosa vermelha. Quero tomar banho com alguém que me encha de espuma e faça da sua boca a mais suave das esponjas. Quero ir trabalhar e ser mimada com telefonemas rápidos mas saudosos e, SMS pirosos. Quero chegar ao fim do dia e partilhar as rotinas: ele descasca as batatas, eu lavo-lhe as mãos e enxugo-as delicadamente ao tecido do meu vestido; ele tempera a carne, eu saboreio-lhe dos dedos o sal e o acre do limão; ele faz a mousse, eu deixo-a cair “sem querer” no V do meu decote. Ele lava a loiça, eu abraço-o, pelas costas (para o incentivar), e encho-lhe o pescoço e as orelhas de beijos. No final da noite, ele abre a cama e eu revoluciono os lençóis. E para que não digam que eu não faço nada, eu visto uma camisa de noite, transparente, preta, de cetim, e ele… tira-a. Será que é pedir muito? Serei assim tão exigente?

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