sexta-feira, abril 20, 2007

TENS-ME ASSIM... NÚ AOS TEU OLHOS

Tenho o coração descompassado, estou feliz! Por breves momentos que mais pareciam eternos pude assim te rever... e é sempre como uma surpresa boa, como ter notícias sem estar à espera. Foi uma troca de mensagens de puros olhares, tudo aquilo que me possa fazer sonhar... mas foi tão bom! Ninguém me tira nestes dias este sorriso de orelha a orelha. Sinto-me feliz. Sinto-me feliz com isso, por ter partilhado um pouco de alegria com a Mulher que Amo. Sou um tontinho sim eu sei. Um tontinho feliz, de lágrimas sorridentes nos olhos. Percorri um caminho de ternura que me levou até ao amor. Dei conta que afinal nada sabia sobre os arrepios da pele. Envolvi-me num manto de alecrim e apenas nas ondas do Tejo me atrevo a soltar o meu tesouro sob a forma de um beijo eterno, esperando que um dia ele consiga atracar nas margens do meu Douro.
O primeiro olhar sabe-me sempre ao primeiro beijo que ambos tecemos numa manta pintada pelos nossos dedos por entre os corpos que se uniam, belos olhares quentes trocados e imensamente profundos... sabes-me irremediávelmente e loucamente apaixonado por ti.
Somos feitos das memórias que tecemos, procurando a vida que arrumámos no baú, como vitaminas que nos fortalecem quando o corpo pede calor às recordações. Somos feitos da música que escorrega do luar. Queria ganhar esquadria no teu peito. Não cabe lá o meu som?
Sei que te pertenço, sinto-o mas também o permito, o desejo que assim seja e tal como uma criança inocentemente te abro o peito e deixo-te entrar sem mais demoras.
Sim porque te quero e o desejo não sabe mais por onde escapar, arder, consumir... tal é a sua força que apaziguo apenas no momento terno e suave em que abro os olhos e sinto os teus em mim.
Enrosco-me no lençol arranhado pelo nosso tempo, retiro de mim o que do Inverno guardo, sentinela de palavras que me escorrem às mãos-cheias, tão vazias quanto o arbusto morto em raiz de fraqueza, tão abandonadas à sorte de um bem-querer que não se quis, mitos de romaria a correr para saudar o vento quando o corte da laranja suspensa ainda sabia a sumo fresco. São risos, alcateias de uivos a encher a minha noite, trepando devagar pelos meus cabelos soltos e curtos, ecoando como águias em fúria empoleiradas num campo de malmequeres à espera da presa esguia, dos olhares e do medo, investindo contra a minha nostalgia que transpõe a autoestrada em segredo e acorda contigo, espreguiçando-se cedo no abrir das tuas pálpebras.
Quero acordar contigo hoje... amanhã... e depois...

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