segunda-feira, abril 16, 2007
SENTIR-TE
Da cópula dos sentidos, descendeu a ânsia, brincando de ferver na candeia das artérias. Tremiam que tremiam pensamentos! E o corpo, desapaziguado com a calma, era um desastre no manejo da candura - tanta candura por aqui dentro tudo!.. escorrida numa baba de medo, numa gagueira mansa, suando em minhas mãos, prenho de ternura rota. E a paixão, assim, desavisada de forma, eriçando a penugem das vontades, soprando afetos, afogada em desrazão. E a febre adubada de sonhos ia, de forma tola e bonite, adocicando a realidade. Da vigília pro sono, vez enquando encontrava a paz - que me era arrancada dos campos da emoção: pequeníssima flor, tímida de cheiros e gestos, no doce pendor do teu olhar, no desconcerto dos músculos, desafinando a orquestra do coração. Recuso remédios, cessei com a lucidez do mundo. Sentir-te virou minha poesia.
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