quarta-feira, abril 18, 2007

NOSTALGIA

Vestido de azul entro pela praia adentro tentando serenar o coração tingido pela saudade, pela presença de um rosto transformado na ausência perante o horizonte mais faminto que conheci até hoje. Seguro o guarda-chuva na mão trémula junto ao peito onde as nuvens que carregam o céu são abismos desvastadores. O que olho? O que busco? Que anseio pedir ao horizonte que ele me traga, sem questionar, sem ambicionar o ser que me completa à minh'alma frágil e forte no seu querer. As rochas escondem o vício das palavras quentes, os traços cinza que cortam desejos procurando e sentindo marés que deslizam por entre memórias recentes que vou tendo. As marcas do desassossego, de uns lábios aflitos à procura do teu abrigo que me chega porque a madrugada dorme no sono e as gaivotas que me perseguem pousam nas dunas torradas escondidas por entre o brilho dos teus olhos. Passo a passo introspecciono o limite das mãos tentando desvendar as peças que compõem o puzzle do silêncio e os monólogos criados e recriados, falando e gemendo, gritando e chorando à medida que vou teatralizando uma simulação quase óbvia àcerca de mim e do que me rodeia.Tenho saudades. Amo. Respiro. O mar continua calmo. Tranquilo. Hoje faz-me companhia e transporta-me ao seio do teu colo. Anseio que a sua espuma me abra silhuetas na pele e o sal se desdobre nas minhas pálpebras. Se a nostalgia chega aos olhos é a razão enfraquecida pela força do sentimento que me une ao teu ser.

1 comentário:

Anónimo disse...

A nostalgia é sinónimo de saudades, saudades de ti….do teu calor em mim da presença/ausência das tuas palavras, o olhar tão sério e vidrado com que tu me brindas espelhando o reflexo da tua alma…a alma que tão bem me faz, que me aceita e faz demonstrar o que só apenas e só para/por ti….anda…estou há tua espera

Amo-te

Kicas