sexta-feira, abril 13, 2007

IMPROVISO SOBRE NOITE LÁ FORA

Sinto no ar um misto de azul e vermelho. Lá fora o vento sopra de Sul e traz-me suspiros entrelaçados pelas estrelas, poisados em raios polares que conservam a essência das palavras e emoções que me falam ao ouvido. Exalo desejos e vontades de agarrar cada uma dessas pétalas de colibri que me chegam. O eco da noite já se instalou e neste silêncio oiço além das ondas que se estendem na areia na ansea de cobrir minhas pegadas que se antecipam ao corpo e rumam além terra... em busca de ti.
Soltei um suspiro quente-frio vindo do vento de nordeste misturado pelo meu pensamento em ti.

Pensamento que se amarra à fantasia, à realidade sentida e emotivamente vivida, as teclas os números, as letras atrás de palavras, o pensamento numa data, numa hora, o improviso em te rever te sentir, te abraçar, te beijar... e logo após esse improviso a memória que regressa sempre quente, o tempo o momento o instante de todos os fascínios, a ponte suspensa, o arco que nos eleva, o barco que nos transporta por entre fivelas de amarras coloridas que nos embalam rumo ao à estrela Sol. Respira... respira comigo a essência que nos percorre a Alma, mesmo em dias turvos, cinza, sorrio para ti... solto gargalhadas engasgadas por entre sulcos de loucura aprasível, amiga, palavras sem sentido, disconexas, mas que nos entregam o alívio, a paz.

Xiuuu oiço uma música que ousa quebrar o silêncio da noite... hum... música para amar, enlaçar, abraçar, música que embala o próprio beijo... vou soltar um suspiro e também eu o embrulhar num pano violeta e o entregar às ondas e pedir um desejo... "peço às ondas que me levem o suspiro embrulhado pelos trilhos e marés, numa viagem sossegada, e o te entreguem no lago que te banhas, para que assim... saibas... que hoje... pela noite adentro... estarás comigo... nesta ausência-presença... mas aqui dentro... aqui bem dentro de mim... a cada dia, a cada hora, a cada minuto instante ou segundo... estás sempre presente."

Vou para dentro... vou-me abrigar no meu suspiro que te pertence e assim... sorrir adormecido em ti. Sinto-me agora quente... inundado pelas brasas do improviso que me entregam sempre a Musa que me preenche, as chamas que me despem, onde o fósforo... és TU.

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