segunda-feira, abril 16, 2007

DEUSA SOL, MUSA LUA

Amo as últimas horas da tarde, sobretudo quando é final de Primavera. Sou devoto da noite que principia, cheia de brisa, chegando a sombra ao corpo, refrescando a face. Adoro quando os raios de sol, já menos eufóricos, dizem-me: "adeus!"; quando eles se esbatem com cuidado, brincando com a palidez da pele. Invariavelmente adoro presenciar a transformação milagrosa do tédio em encantamento. E por mais desesperado ou aflito que eu esteja, páro nesses momentos e sorrio de feliz. E por mais feliz que eu possa previamente estar, há lugar cativo para esta ventura ancestral. É quando meus antepassados festejam os mistérios do mundo, com seus ritos pagãos. É quando Nix e o Deus do Sol se beijam, na boca da minha pós-modernidade maravilhada.
Adoro te beijar... sentir o gentil sabor dos teus lábios transformados em raios do Deus do Sol que agora poisam por entre areias escaldantes que se transformam em brasa quente por ti. Pudesse eu te entregar neste instante a saudade que me aperta e me desespera, a vontade em te rever e por um instante que fosse, olhar-te na luz ou na penumbra e sorrir no dislumbre mágico da tua beleza, na quietude da paz contigo, na alegria do perfumado toque nos teus cabelos.
Tudo em ti me faz falta...

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