quinta-feira, abril 26, 2007

CAMPOS DE SONHOS

Da cópula dos sentidos, descendeu a ânsia, brincando de ferver na candeia das artérias. Tremiam que tremiam pensamentos! E o corpo, desapaziguado com a calma, era um desastre no manejo da candura - tanta candura por aqui dentro tudo!.. escorrida numa baba de medo, numa gagueira mansa, suando delicadamente as mãos, prenhas de ternura rota. E a paixão, assim, desavisada de jeito, ia eriçando a penugem das vontades, soprando afetos, afogada em desrazão. E a febre adubada de sonhos ia, de um jeito criança e bonito, servindo de pasto à realidade. Da vigília para o sono, vezenquando encontrava a paz - que me era arrancada dos campos da emoção, pequeníssima flor, tímida de cheiros e gestos, no triste pendor de colher, colher a si. Todavia, eu nunca me queixei, do desconcerto nos músculos, desafinando a orquestra do coração. Recusei remédios, cessei com a lucidez do mundo. Sentir virou minha doença, minha poesia por ti.

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