Com cruzes de fogo, fui marcando teu corpo nu.
Meus lábios eram brasas que queimavam.
Teus lábios de rubro convidavam ao beijo, sempre ardente, e só mais um.
Meus dedos apertavam contra mim,
tuas costas de veludo, as brancas nádegas.
A minha boca era uma aranha,
que percorria louca, sedenta, temerosa
teu corpo de mármore pedestal,
onde assento toda a fúria de animal,
de sexo e de cio embravecido.
Algo canta, algo sobe até à minha boca ávida.
Oh! Poder celebrar-te com todas as palavras,
todas as flores de dádiva.
Cantar, arder, subir, fugir, voltar!...
Quando eu chego ao vértice mais atrevido da paixão,
Acordo!...
No meu quarto, apenas silêncio e solidão!
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