Foi um tempo sem sorrisos, nem flores.
Vesti-me de vermelho e retirei os sorrisos sem uma palavra.
Descalço, restei entre silêncios e velas azuis.
Esta tarde, como na canção, em mim "a tristeza foi mais profunda do que dor".
E a solidão foi fruto selvagem e os meus lábios sangraram de saudade.
Evoquei o que já existia e gemi de sobressalto ante a leveza do meu regaço.
Altivo na minha mágoa, fui desejando felicidades aos amigos, afirmando a minha serenidade.
Preparei-me para me recolher numa manta de sossego acompanhado por pauzinhos de incenso que não acenderia, já que a minha alegria não permite tais "misticismos", e uma chávena de chá verde.
Foi então que soube da surpresa. A tua voz... ali... tão perto da minha... talvez por encontro dos nossos anjos da guarda, pressentiste o meu desamparo e proporcionaste-me algo fantástico. Graças a ti eu “bebi dessa luz que apaga a noite em mim”.
Vi e revi aquele presente e sorrindo aspergi gotas do teu perfume favorito sobre os pulsos.
Acendi as estrelas, claro!
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