quinta-feira, dezembro 07, 2006

LEÃO

O 5º signo do Zodíaco

Elemento: Fogo, Fixo
Planeta Regente: Sol
Príncipio: Activo
Parte do corpo: Coração
Estação do ano: Meio do Verão no hemisfério norte
Incensos: Sândalo e Amilscar
Pedras: Ambar
Dia: Domingo
Metal: Ouro
Côr: Dourada

Rei da Selva? Nenhum Leão se contentava com isso. Rei do Universo é melhor. Eles esperam governar o mundo e exigem que tudo se centre neles. Possuem organização e liderança superior. São generosos e afeccionados. Espalham o brilho do sol para onde quer que vão. Têm muito a ensinar sobre arte, filmes, cozinha fina e literatura, e a lista continua. O Leão necessita ser admirado e quer ser reconhecido.
"in qualquer tipo de astrologia que leiam"

O que ainda não foi dito sobre o Leão: felino de intelecto e gatinho doméstico de coração. Exala o enternecimento de uma criança com a curiosidade que tudo desperta nele. Objectivo no caminho que pretende percorrer mesmo quando foi a estrela que segue lá alto que se despertou dentro do seu coração. Por vezes, o Leão descobre em si montanhas tão altas que exita em atravessar. É o medo de se perder e não ser mais descoberto... anseia pela mão que se estende até si e lhe confia o seu ser. O Leão não tem medo... receia que pelo trilho que deve percorrer possa pisar a relva verdejante que cresceu naquela manhã e merece ser banhada pelo Sol que a ilumina.
Leal como a Lua na sua órbita constante... Respeita o caminhante que carrega seu fardo de palha e mostra-lhe qual a fonte onde poderá se refrescar.
Atrever-se a defrontar um Leão pela lógica do nada despoleta o seu sentido animal. Ataca e obriga a recuar... Não é cruel... é justo.

Apostava que o meu Mundo estaria deliniado com o pincel que eu mesmo escolhera, a tela virgem que diáriamente marcava os borrões que pintara no dia anterior ansiando pelo seguinte.

O quanto errado eu estava.

Quero escrever mas de novo caem lágrimas pesadas nas minhas asas que me colam no chão, me colam às árvores e me colam prostado ao som terno e suave da tua voz.
Quero deixar a alma voar nas palavras ditadas pelo tempo, o tempo magro que me leva, me empurra, me sussurra ao ouvido que a única coisa que posso fazer agora é deixá-lo escoar e acreditar.

Se acreditar com muita, muita força, talvez amanhã o dia clareie e eu possa finalmente descansar em paz e agarrar a imagem dos teus lábios colados aos meus.

Quero escrever, quero criar, quero envolver-me em poesia, fugir da realidade, deleitar-me no teu amor sem sentir os quilómetros que afastam os nossos corpos e aproximam as nossas almas.

Mas hoje não consigo. Hoje tudo o que sei e sinto é um imenso grito a romper-me a garganta, a lançar-se egoísta no espaço, a tentar em vão alcançar-te e fazer-te entender que a dor que me consome é ínfima perante a impossibilidade do futuro. O futuro com que acalentei minh'alma em dias de loucura e degredo.
O futuro com que enganei minhas lágrimas, com que afaguei meu corpo cansado, com que deitei a minha cabeça nas almofadas molhadas e cantei canções de ninar.
Esse futuro, amor, foge-me.

Hoje, não consigo sequer desenhar.

A simplicidade das palavras é um labirinto em minha mente. Uma espada cravada em meu peito a penetrar as profundezas da minha alma quebrada pela luz que permiti entrar. Não sou poeta, declamador, não sou nada... mas sou tudo...

Tudo aquilo em que sempre acreditei um dia ser possível. Sou um louco transtornado por ele mesmo na infindável razão que ela mesma desconhece ser dona.

Deixa-me acalmar... Porra não quero... Quero Gritar bem alto, muito ALTO. Expelir o suspiro final que separa a verdade da mentira. O sonho da realidade.

Permiti que descobrisses o meu esconderijo e deixei-te entrar sorrateiramente. Lá dentro nevava e o vento norte grunhia uivos e laivos de dor. Nunca te importaste com isso como nunca te importaste com as minhas unhas em tua carne. Com o meu desejo mórbido de te rasgar as feridas. De te curar as impotências.

Sinto a intensidade das palavras a rasgarem-me as veias.
Sinto o corpo tremente de prazer antecipado (orgasmo intenso da escrita).
Água quente na pele branca. Água quente no cabelo escuro...
Os olhos perdidos no horizonte vago.
Abro os lábios para proferir as palavras. Respiro. Passo a língua, molho-os.

Suspiro.
Sinto as palavras... A emergirem dos olhos, a cairem no chão lavado do meu quarto.
A semearem-se no espaço vazio entre a cama e o armário.
Sinto o teu calor mesmo a meu lado.
Chego-me para ti.
Seguro-te pela cintura.
Dormes.

Sinto as palavras, o rodopio que é ter a boca a saber a maresia.
Pergunto-me o que sonhará a tua mente na escuridão da noite.
Pergunto-me o que serás tu, dentro de ti mesmo.

Dormes.

Aproximo os meus lábios dos teus.
Espero.
Sinto a tua respiração compassada.
Espero.
Dormes.
Aproximo mais.
Deixo que a minha respiração se cole na tua.
Estremeço na antecipação do prazer do beijo roubado.

Dormes.
Deixo-me cair na cama.
Abraço-te de novo.
Fecho os olhos. Daqui a pouco virão os sonhos.
A loucura dos meus mundos sem regras.

Prometi-te falar sobre o Leão. Mas este felino, esta besta que todos temem, é tudo isto... compreendido apenas nas palavras que não são ditas mas sim escritas.

COVARDES...

O meu silêncio hoje não é branco. Negro pensas tu... não "chérie"... Azul como o infinito do céu que teima em nos mostrar a sua imponência.

- Não te escondas nas palavras retorcidas com que brincas!!! dizes tu...
- Não - respondo-te ao ouvido - não me escondo em lugar algum, nem mesmo naqueles nos quais gostaria padecer e eternamente descansar - suspiro.

Queria ser diferente e sou tão estupidamente igual a mim mesmo - Lê nos meus olhos a vontade de estar aqui estando ali.

- Sentes como me mordo, me odeio? Como me mutilo? E grito... um grito de dor.
- Porque a minha mente a minha alma, os meus ânseios são inifitamente maiores que o meu corpo.

- Os teus dedos são a frase mais bela que alguma vez li "a imagem dos teus lábios nos meus não me sai da cabeça e confesso que os dedos não param de brincar no teclado apenas numa tentativa desesperada de disfarçarem o desejo de tocarem em ti."

- Perdoa-me a intrusão, a exposição, o abutre que fui em despertar em ti o turbilhão que marinava em teu ser.

Estou cansado, toldado em minha mente por um peso que me obriga a fechar os olhos e parar de escrever... para sempre... apenas e só para não deixar escapar esta imagem... de ti.

"ESCAPE", "ESCAPE", "ESCAPE", esta tecla não me sai da cabeça como se fosse possível apagar tudo aquilo que aqui foi dito... tudo aquilo que fica por dizer...

"SAVE", vou fechar os olhos...

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