Não pensarei na melancolia de canela dos teus olhos;
Nem na beleza dos teus dedos quando, surpreendidos, enlaçam os meus.
Não vestirei o pijama macio enquanto murmuro palavras ternas e te retiro a camisa de noite de cetim, body de rendas encantatórias ou gotas de perfume.
Esta noite seremos dois predadores desnudados que, num encontro feroz, tentarão devorar a porção de vida que os seus corpos cobiçam sofregamente.
Quero sentir-nos como se fôssemos todos os seres vivos deste mundo.
Serei felino em perseguição de ti.
Quero-te caçadora, implacável com a minha vulnerabilidade.
E quando empurrares o meu corpo, quero que imprimas os teus seios e o teu ventre sobre a frieza da pedra húmida,
Quero sentir o teu peso ancorado sobre mim,
Quero a minha língua desconhecedora de palavras,
Seremos só silêncios, gemidos e gritos primordiais!
Carícias minhas perder-se-ão na placidez desse rio que é o teu sono.
E embalarei o teu tronco com tanta suavidade que, dos teus sonhos, sorrir-me-as.
O teu sorriso de Anjo vogando em barca mágica....
"Não resisti... a vontade de escrever é maior que o desejo de descansar os dedos."
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