domingo, outubro 14, 2007

TODO TEU "Parte I"

A tarde estava a chegar ao fim, felizmente! Mal posso esperar para saber o que ela me reservou para hoje. Enquanto conduzo a minha imaginação perde-se nos detalhes e sinto a excitação crescer. Tenho o papel no banco do lado e confiro o nome da rua que está deserta... É isto mesmo. Saí do carro ainda não querendo acreditar que estava na morada certa. O prédio parece que vai cair a qualquer momento! Ainda pensei em voltar para trás, mas lembrei-me do brilho de desafio nos olhos dela... entrei. Seguindo as instruções, encontrei a porta com mais um papelinho colado e a chave que ela me deu serviu perfeitamente. Entrei numa sala vazia, com muitas janelas cobertas por persianas e cortinados escuros. Estava abafado apesar da aragem que entrava pelas janelas, e na obscuridade não vi nada mais do que a cadeira que aquele último recado indicava. Sentia-me confiante. Ela podia pensar que ia controlar a situação mas eu não fazia intenção de me submeter até ao fim: serei dela, sim... mas ela também será minha e juntos seremos... o inimaginável!
Despe-te e senta-te. - Dizia o recado - Quero que brinques contigo. Vou estar a observar-te.
Bom... Eu disse que ia obedecer a tudo, que confiava nela... e é verdade. Confio. Tirei a roupa e deixei-a ali mesmo, no chão que, reparei nesse momento, estava limpo. A alcatifa era fofa debaixo dos meus pés e agradável de pisar. Passeei um pouco por ali tentando descontrair, com as mãos no pescoço a ver se conseguia o mesmo efeito que as dela costumam ter... Capturei um movimento pelo canto do olho e sobressaltei-me! Pensava estar sozinho e não esperava que algo se mexesse na sala, depois pensei que fosse ela. Uma grande cortina mexeu-se um bocadinho, escorregou mais um pouco e vi algo mexer-se por trás dela... sustive a respiração e... ri-me. Era um espelho. Tinha-me assustado comigo próprio. Tirei a cortina escura que revelou um grande espelho sem moldura que ocupava uma boa parte daquela parede e ia até ao chão. Fiquei a olhar... As ideias que ela tem! Observei-me nele, vi-me nú, alto e moreno, o rosto de sempre, o mesmo olhar... Braços e pernas fortes, musculatura definida. Olhei para baixo e vi-me meio-teso. Pensei nela. Onde estaria? Olhei em volta a pensar de onde me poderia observar. Ela disse que queria ver e naquele momento aceitei o desafio. Pensei em como ela gosta de me tocar e resolvi fazer o mesmo para ver se a fazia aparecer. Passei as pontas dos dedos na cara, desci-as pelo pescoço e peito, virei-me um pouco e agarrei as nádegas, como ela gosta de fazer. Vi no espelho um canto dos lábios elevar-se num pequeno sorriso que a memória dela me traz. Será este o sorriso que ela chama de “malandro”? Continuo a passar as mãos por todos os pontos que sei que ela gosta... e eu também. Imagino que as minhas mãos são as dela... Descendo das nádegas voltam a subir pelas pernas para encontrar o meu sexo. Gosto da sensação de o sentir crescer nas mãos. E sei que ela gosta de ver, por isso brinco com ele por um bocado, imaginando-a por detrás do espelho. Quando penso nela a ver bem de perto, a saborear cada movimento meu, a desejar-me... isso excita-me mais do que esperava e o vai-e-vem da mão aumenta até que aperto o pénis com força e solto um gemido. É melhor parar. Hmmmmmmm! Senta-te. O recado dizia para te sentares. Caminhei mais um pouco pela sala deserta, tentando recuperar a respiração calma... Aquela espera estava a deixar-me ansioso. Achei melhor sentar-me mesmo e quando o fiz vi-me no espelho: nú, sentado, com as mãos descansando nos braços da cadeira e as pernas abertas, o sexo bem duro só à espera dela. Eu sabia que ela só podia ter pensado em algo que me desse muito prazer, era o não saber o que seria que estava a pôr-me doido... de curiosidade e de tesão!
Um ruído.

A porta abre-se devagar e vejo surgir uma longa perna, sedutoramente envolta por uma meia preta, mais acima uma mão elegante de dedos compridos e longas unhas vermelhas... um braço, um ombro nú... Até que ela aparece finalmente e eu sinto um aperto de tesão ao vê-la fechar a porta e encostar-se a ela, olhando-me intensamente.
(Continua...)

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