quarta-feira, outubro 03, 2007

GUERRA E PAZ

Deitamo-nos e deste-me um beijo terno, mas rápido, e um até amanhã.
-Estás bem? - Perguntei eu como se um sussurro tivesse sido solto dos meus lábios.
-Sim. Bons sonhos.
-Não queres miminhos?
-Quero ficar quietinha de olhos fechados. - e nesse instante voltaste-te de barriga para baixo, uma perna flectida, um braço a acompanhá-la e o braço que estava do meu lado, levemente afastado mas ainda assim, perto.
Voltaste o rosto para o meu lado e percebi que teus olhos se mantinham abertos, como que nesta lusco-fusco, sabias-me deitado de lado, braço a apoiar a cabeça e a olhar para ti.
-Tens a certeza que está tudo bem?
-Porque não me apetece foder?
-Apenas porque estás distante.
-Dorme bem.
Voltaste de novo o rosto, e bem devagarinho, foste chegando a mão para perto de mim, mais perto até que tocaste com um dedo na minha perna, passeavas o dedo para cima e para baixo, fazias pequenos círculos e por instantes pressionavas-me a perna, e nesse momento apenas ouvíamos a nossa respiração.
Depois da tua resposta, mantinha-me quieto, como se fosse apenas um observador de paz em tempo de guerra, mantinha-me neutro e sabias-me assim pois chegaste-te um pouco mais para perto foste subindo o dedo até chegar a minha virilha. Nesse instante o meu pensamento não era mais de pacificador mas sim de guerreiro prestes a entrar na batalha e percebeste a minha respiração alterar-se, aconcheguei-me um pouco mais de modo a ficar mais junto de ti, mas ainda naquela posição e sempre a olhar para ti.
Nesse instante declaraste guerra. Colocaste o dedo por dentro dos boxers, pela perna e brincavas agora com mais vigor na minha virilha, como se só tu soubesses o que estavas a fazer, o silêncio que se ouvia era delicioso, apenas interrompido pelas respirações, que se adensaram quando um dedo meu tocou em tua nádega e brincou entre as tuas pernas, por dentro das coxas.
Instintivamente, ou não, levantaste levemente a anca de modo a permitir-me passar com a mão entre os lençóis e o teu corpo quente e agora desejoso.
Num acto provocador, tocaste ao de leve no meu sexo, profundamente excitado, e percebeste que a minha respiração entrecortou, voltaste a tirar a mão e regressaste ao ponto de origem, onde tinha começado aquele embalar, à minha perna.
Num segundo de tréguas sabia que esperavas a minha reacção, como que querendo perceber se este jogo de sedução e erotismo me agradava, e não precisaste de aguardar muito mais... coloquei a mão dentro da tua tanga, brincou com a tua virilha, as duas, passeando os dedos levemente para cima e descendo suavemente pelo centro desse vale prazeroso que sentia húmido e bem devagar toquei no teu clítoris, senti-te a apertar os lençóis, enterraste o rosto na almofada, querendo abafar os gemidos que soltavas institivamente. Não querias que te ouvisse, nada daquilo era oficial!
Levaste de novo a mão para junto de mim, desta vez mais convicta, entraste nos boxers e de uma só vez, apertaste-me o sexo, como se agarrá-lo fosse agarrar a vida... tremi e gemi enquanto brincavas agora livremente com o teu clítoris, colocava um dedo dentro de ti e sentia a tua respiração ofegante como se mordesses os lábios, estavas completamente transpirada. Aquele jogo, estava a deixar-te fora de ti, brincavas com o meu sexo e percebeste que estavas a deixar-me louco, estremecia a cada investida da tua mão. Não desisto e agora entrava dentro de ti com os meus dedos e um gemido abafado saiu da tua boca.
Percebi que estavas perto, continuei a provocar-te, acariciavas-me sabendo a minha excitação e tesão, masturbavas-me e naquela dança sincronizada, estávamos os dois quase em estado de ebulição, faltava perceber quem iria sucumbir primeiro.
Retirei a mão, como que estratégicamente prolongando aquele momento e tu continuaste. Sabia que te tinha deixado possessa. A tua reacção fez-se sentir. Apertaste-me como se acabasses de ter lançado um aviso de desaprovação, mas não quiseste terminar, não agora, continuaste a brincar comigo, a minha respiração ritmada era agora música, e de repente, voltei a colocar os dedos dentro de ti, de uma só vez, sem aviso prévio, tudo o que consegui… e aí sim, um forte gemido, uma explosão de prazer, convulsões de luxúria, respiração agitada, não conseguiste continuar...
Passados alguns minutos, enquanto te abraçava e pousavas a cabeça no meu peito, perguntei:
-Não te apetecia mesmo?
-Foder não, mas adorei fazer amor contigo.

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