terça-feira, outubro 02, 2007

SURPRESA

Entramos no carro na ideia de pretender te surpreender num jantar romântico a dois e as minhas expectativas não saíram goradas…
-Vamos? – Perguntaste-me com um ar absolutamente normal, à espera de um beijo meu.
Olhei para ti e detive-me largamente na roupa que trazias.
-Porquê essa roupa? - Questionei-te com um olhar de surpresa.
-Disseste para eu trazer uma roupa confortável, já que íamos só jantar a um sitio qualquer e depois regressavamos a casa, porque andas muito cansado… Eu vesti algo de realmente confortável… Chegaste-te perto de mim, pude sentir o aroma doce, profundo e vincado do teu perfume, beijaste-me ao de leve nos lábios, seguraste-me na mão direita, e fizeste-la deslizar por entre a fina gabardina creme que vestias. Chegou perto da tua virilha e detive-me, quase assustado…
-Vês, vim confortável! - Afirmaste-me com aquele sorriso que tanto adoro em ti.
-Tu és louca, mas tu és completamente doida, quer dizer que a única coisa que trazes…
-Sim, é esta gabardina e os meus sapatos rosa, não reparaste nos sapatos, só na roupa… – disseste-me com ar de ofendida como se porventura os sapatos fossem o centro do Universo.
-Tens a certeza, que vamos... vais assim?
-Vamos, estou cheia de fome e além disso precisas ir descansar…
Durante o jantar, em que ficámos numa mesa para duas pessoas, de frente um para o outro, num restaurante simpático e acolhedor, os meus olhos estavam irrequietos. Olhavas-me insistentemente como se soubesses exactamente o que pairava na minha mente e sorrias com um ar quase pecaminoso.
Até que a meio do jantar o teu sapato foi de encontro à minha cadeira, depois às pernas e depois começou a subir, olhei para ti e tentei desesperadamente disfarçar o desejo que se crescia na vontade de sentir-te por debaixo da gabardine, o que ao me veres dessa forma só te incitou a continuar, a provocar-me ainda mais.
Pedimos uma sobremesa, que foi devorada rapidamente, depois a conta, e saímos daquele sítio, alheio ao que os nossos corpos e almas ansiavam.
Assim que ficámos longe da porta, coloquei a mão por dentro da tua gabardina, apertei-te uma nádega e disse-te ao ouvido…
-Passaste a noite a provocar-me, nem sabes o que te espera.
Ao qual me respondes:
-Promessas!!! Eu espero que a tua mão, não seja a tua única parte do corpo a tocar no meu corpo.
Entrámos no carro, coloquei a mão onde há pouco se tinha detido, e provoquei-te um forte arrepio, tal a veemência com que o fiz, foi como se só agora tivesse de facto percebido o erotismo da situação, e até chegarmos a casa não mais a retirei de lá.
Chegámos e sentia-te completamente excitada, não saímos do carro antes de apagar um pouco desse fogo que nos consumia.
Abri a gabardina avidamente, beijou-te os seios excitados, apertei-te as nádegas e sem que quase tivesses tempo para reagir, desabotoei as calças e baixei um pouco o teu banco subindo de seguida para cima de ti, penetrei-te, como se vingança fosse do tormento que me fizeste passar durante o jantar. Sussurraste-me ao ouvido:
-Não gostaste da surpresa?
-Adorei… e sei como agradecer-te.

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