domingo, março 11, 2007

ADORMECI

Nefertiti, sim esta noite sonhei que eras Nefertiti. Adormeci na sala a ver o Discovery Channel aninhado em uma manta, com a noite a vigiar-me, no calor agradável que me serenava ali naquele instante. A tua boca carnuda estava pintada de vermelho vivo e as tuas pálpebras de azul, o teu olhar faiscava e teus peito coberto de oiro, adejava sobre mim, na respiração do teu magnífico umbigo. Passeavas por cima do meu corpo recostado em linho e almofadas frescas. Como uma felina passavas de gatas, a tua pupila contraía e dilatava em mim, brilhando, o teu maravilhoso nariz único de rainha egípcia (se não te tinha dito antes revelo-te agora) enquanto a tua língua lambiscava os lábios, num manifesto gesto de possessão perante a caça. À passagem das tuas coxas, morenas, surgia-me o primeiro calafrio, e sacudia então as vestes sangrentas de guerreiro, atirando-as ao chão e desafiando-te por uma massagem, que me untasses com os óleos divinos ou não fôssemos quase deuses. Voltava de uma batalha negligenciável, e ainda sofrendo das dores de alguma arremetida mais forte, e desejoso da carne que cobria a tua magnifica inteligência, não descansaria como tinha sido aconselhado pelos phisicos da côrte, não antes de degustar o mel que sabia nascer nas bocas do teu corpo. Era olhar-te nos olhos quando estivéssemos na lenta suave dança que lembra hoje uma kizomba em marcha lenta, com os corpos quase suspensos, que quase se tem de adivinhar que houve um movimento quase imperceptível, ritmado, entranhado, colado, sincronia perfeita dos poros a respirarem. Sim, e assim beijava-te por inteiro com a boca toda com os lábios a sugarem um ao outro lentamente outra vez, deixando as salivas misturarem-se como dois rios lentos que desaguam juntos numa foz que há de chegar ao turbilhão do mar. E assim ia retomando o fio dos humores da vida, e assim ia crescendo a força de viver que me faria recobrar das maleitas dos embates dos homens que continuam a ser embrionariamente involuídos, enquanto tu Mulher, ofereces-me o corpo e a palavra doce e sábia e ensinas-me a ser Homem. Logo a seguir, mandei aparelhar já os cavalos, vamos cavalgar pelas areias do Nilo nesse magnífico luar de hoje. Não há dor que resista ao gozo das tuas magias!

1 comentário:

Anónimo disse...

Narix de rainhas egipcia!?!?!?!?!?
Tu és lindo mor.....só mesmo tu.
Adoro-te
Kicas