quinta-feira, março 15, 2007

ABRAÇAR-TE

Deixa-me amar-te em meus silêncios na calmaria do teu coração que me acolhe e de onde se desprendem meus sonhos em voos etéreos de plena liberdade.
Deixa-me amar-te em minha solidão ainda que meus labirintos te confundam a que teus fios generosos de compreensão emaranhem-se no tapete dos meus enigmas.
Deixa-me amar-te sem qualquer explicação na ternura das tuas mãos que me sorriem escrevendo desejos em versos despidos na minha alva tez que te cobre e descobre.
Deixa-me amar-te em meus segredos para que desvendes o que também desconheço, a alma dos meus abismos, onde anoiteço e meus olhos adormecem embalados pelo mistério.
Deixa-me amar-te em tuas demoras, longas horas em que meu corpo se veste de céu à tua espera enquanto minhas mãos acendem estrelas para iluminar-te, ainda que ausente estejas...
Gosto de ser algo suave e passar por ti e sentir lentamente... o perfume da tua pele, o calor da tua boca... a suavidade do teu olhar. Gosto de sentir os teus dedos dedilhando no meu corpo acordes perfeitos, melodias ofegantes, versos molhados...
É tão forte o pensamento que é possível abraçar-te em silêncio como o sopro da brisa do mar que te acaricia. Quero mergulhar nas tuas águas e descobrir o meu corpo...

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