quinta-feira, junho 14, 2007

SEXTA-FEIRA

A tarde já ia na sua calma saída em direcção a uma noite quente. Vinhas de fato escuro, gravata branca e óculos de sol. O teu andar era uma mistura frenética entre o arrastar e energético alento de um final de sexta-feira. Mais tarde confessei-te que te via chegar como se trazida por uma brisa leve e fresca da primavera, cheia de cor e espontaneidade, sobreposta ao frenesim louco e mecânico de uma cidade que se despede de mais uma semana. Atrás das escuras lentes, haviam dois olhos de um verde cândido como um chupa-chupa... o teu sorriso brilhava como uma valsa de mil estrelas no céu das noites de Junho. Vi no teu olhar que me querias lançar no teu céu, como um anjo caído, na volúpia dos lençóis de seda... nos teus olhos lindos como uma pedra de Agua-Marinha, admirava uma mulher... Sentias as minhas mãos a deslizarem entre a vertigem de um carinho na tua face ruborizada, e a avidez de te fazer minha, tentando-me segurar entre os teus dedos... Percorreste o meu corpo com o teu, tentando desvendar os meus segredos, o meu caminho já trilhado... deixo-te caminhar neste trilho comigo, se assim o quiseres, desde que andemos ao mesmo ritmo, saboreando cada anoitecer, sem pressas de chegar ao dia seguinte. Amanheceu, e assim acordei dentro de um abraço quente e húmido. Peguei na minha mão direita e deixei-a entre as tuas pernas... Acordaste e beijaste-me o pescoço... Confessaste-me que te encontravas perante a dualidade de sugares intensamente o momento, tal qual fazes a uma laranja doce e fresca no verão ou devora-la intensamente ficando apenas com o sabor regado ao de leve com o sumo doce. Sussurrei-te em forma de questão, ao ouvido esquerdo "qual das duas escolherias para assim provares o néctar do desejo"...

1 comentário:

Anónimo disse...

Para o provar o néctar do desejo…escolhia devorá-la intensamente mas claro que não era a laranja mas TU.

Amo-te

Kicas