quarta-feira, junho 20, 2007

NA PENUMBRA

Noite, esta onde o teu corpo se despe na penumbra. Exaltam-se os perfumes de incenso ardentes, na atmosfera fechada deste hemisfério. Acordam-se os sentidos e arrepia-se a pele ao ritmo da música suave que toca sem cessar. Noite, esta em que te toco, em que meus dedos desenham o teu corpo nu. A língua precorre as concavidades, absorvendo o sal da vida. A respiração, compassada, acaricia-te, numa onda quente que te trás à memória o mar dos sentimentos. Esta, a noite, em que te dou, ofereço, o meu corpo despido, acordado dentro de um sonho, recebo os fluidos do teu corpo como uma benção divina do prazer que tenho em te amar. A boca, devora-te com a suavidade dos lábios que te percorrem o pescoço. Os dedos, desenham sobre a pele circulos frenéticos de prazer. Escuto, a tua respiração ofegante sobre o meu ouvido, os corpos, em espasmos frenéticos, crescem, soltando-se das amarras da gravidade. Evapora-se o perfume da pele, deixando as almas dançar sobre nós, na envolvencia desta atmosfera de luxúria e amor. Noite, esta, em que te amo o corpo, em que te afágo a alma.

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