terça-feira, junho 19, 2007

NÚ E CRÚ

Olha-me nos olhos. Vermelho sangue, cor de erva. Estalo esbranquiçado. Beijas-me os lábios. Rasgados, expansivos. São carências camufladas. Vício brando, delicioso. Sente-me nas palavras. Versáteis, cruas, atordoadas. São minhas e tuas. Emendo distorcido de uma vida. Meneios habituais compõem a minha refeição. Sou o que fumo. Semente pura, ressequida!
Retira a importância do peso pesado das minhas palavras. Ouve-as como expressões genuínas de amor. Sem interferências ou contrapartidas. Confirma nos meus olhos. Estão tão despidos quanto os teus seios generosos, sedosos. Tanto quanto os resquícios no desfoco do teu curvilíneo cerviz-aprendiz. Vê como é possível chorar por querer viver de vez.

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