sábado, junho 23, 2007

CARÍCIAS

Acordei sonâmbulo como que a deambular por caminhos edificados em torrentes de palavras. Amaciei os olhos e coloquei-os nos bolsos em busca dos vendavais de carícias entretanto derramadas e cuidadosamente guardadas nas viagens do teu olhar. Agora acordado caminho pelas avenidas do dia, intensas do desejo traçado por entre dezenas de mãos desenhadas por um polvo astuto em busca do desaguar aturdido em teu corpo e passeando-me por entre o som de rugas irritadas de prazer. Neste instante, na fonte deitado ao sol nascente, percorro-te numa lenta vertigem da planície dos toques que te desenho na pele inquieta pela espera, incapaz de resistires a essa sede que nos inunda nas nossas avenidas feitas de um só sentido... Parte de mim despe-se como que injectado num estado de meiguice febril temperada ao teu sabor, salsa e rosmaninho, ferradelas atrás da orelha, mostrando-te o forno intenso do lume de meus olhos que queimam acesos, água ardente de afecto que buscam por ti. O sol está feito no seu horizonte e assim ficarei à espera da minha lua.

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