terça-feira, junho 12, 2007

FOGO

Escorri os silêncios e deixei apenas a vontade de fazer o amor... calar a voz, gemer sem tino, sentir do teu corpo o escorrer do desejo, saciar-nos na paixão, encontrar-me em tuas mãos... beber do que tem teu corpo, provar-te e beijar o teu olhar. Senti o acender em nós um fogo, intenso, brilhante, poderoso... suar... sentir o meu toque dentro de ti em delírios sustentados em cada instante que me sentias a entrar... alucinado na entrega. Fiz do meu canteiro o teu ramo, ninho para os teus suspiros, confluência, minhas pernas junto às tuas e as tuas enroladas no meu corpo... erecto o meu prazer fez-se teu, gotas de sonho, provocações a transbordar de mim em ti... sentir-te louca, desejosa, ansiosa... o quente do teu corpo, o quente... olhaste-me nos silêncios femininos e descobriste os meus... em anos que eu não os deixava escritos e tudo se fez como se fosse a primeira vez... o desatino, o nervoso que fervilhava na pele... a ansia de te ter... esse fogo não queima, não arde, mas aquece a alma e incendeia paixões. Fogo que incendiaste um amor no meu coração, fumo que me intoxicas. Vem fogo selvagem e queima todo o meu ser, que a chuva do deserto será sempre capaz de trazer um amor destes a renascer.
Nós os dois deitados na cama do meu quarto emprestado... olho para o teu lindo corpo... que eu tanto desejo... meus lábios aproximam-se de ti e acaricio-te com a mão suave... sinto o teu sopro no meu rosto, o teu odor entranhado em mim, cada vez mais próximo, a tua língua exploradora e a minha ansiosamente em busca da tua, beijos doces, mordidelas com carinho, o descer pelos teus contornos, um arrepio imenso ao entrar dentro de ti, o escorrer do teu néctar por mim, a minha entrega total a ti... o êxtase... teu rosto encostado ao meu peito, as carícias de sossego e aconchego...

Apetece-me gritar à eternidade e sussurrar-lhe que te Amo... que estiveste em mim quando eu em ti me despi em toques, em beijos, gemidos intensos e corpos retorcidos em si como um mar revolto a fazer amor com as ondas...

Deixas-me louco quando eu já o sou por ti.

Amo-te!

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