domingo, novembro 11, 2007

O TEU DOCE OLHAR

Depois de um passeio, num dia soalheiro mas de muito frio, a única coisa que me apetecia era chegar a casa acender a lareira e ficarmos os dois sentados no sofá a conversar. Ao entrarmos em casa a única coisa que sabíamos dizer era – Que frio.
Sugeriste – não queres acender a lareira, enquanto preparo alguma coisa para bebermos?
Concordei. Preparaste dois cálices de vinho do Porto, enquanto ouvias a música a começar a tocar lentamente na sala “Eu sei que vou te amar”, chegaste à sala… as luzes apagadas umas velas acesas, sorriste para ti mesma e dei por ti a pensar... "Que andava ele a inventar?" - via-o no teu rosto.
A lareira estava acesa, enquanto em pose observadora me miravas e me aproximava. Deste-me o copo, enfrentando de novo o meu olhar malicioso, sorriste de novo. Calmo, como sempre, mantive-me imóvel e peguei no copo para beber um gole, e pousei o cálice na mesa. Deixaste-te estar, sorrindo também, com um ar malicioso. Tiraste a blusa e as calças de ganga, ficando a descoberto a lingerie.
Continuava com o meu olhar de malícia, onde podias ler "quero mais"... Sentaste-me ao seu colo e deslizaste tua língua pelo meu pescoço com pequenas dentadinhas, sentindo-me arrepiar-me, até que as minhas mãos iam deslizando pelas tuas costas, abrindo o soutien que caiu estrategicamente no chão, deixaste-te ir... afinal sempre é bem mais gostoso ser malicioso a dois.
Os meus beijos começavam a percorrer o teu pescoço, tomando suavemente os teus seios e em sinal de prazer deixaste descair o pescoço.
O cabelo ia caindo suavemente pelas costas.
Cada vez ia ficando mais quente. Seria da lareira?
Não me parece.
Olhavas-me enquanto me despia, olhos nos olhos, no silêncio da música coloquei as mãos sobre os teus seios, deslizando até conseguir alcançar a tua lingerie preta, passando os dedos pelo teu interior quente, brincando, sentindo o calor que começava a transbordar. Rolaste sobre mim e tomaste-me sem licença, da mesma forma como fiz contigo, beijos lânguidos, bocas sedentas, mãos entrelaçadas, vagueaste pelo meu peito nu, em carícias, em beijos, tomando a minha masculinidade com os teus lábios.
Brincaste com a tua língua e boca, como sabes que gosto, e eu gemia baixinho.
Sabia-me bem e tu sabias.
Ardia de desejo queria o retorno…
Levantei-me, peguei-te pelos braços, beijando-te e virando-te, ficando de costas para mim, debrucei-te... acariciando-te, suada e em espera, coloquei as mãos nos quadris e penetrei-te gentilmente!
O céu desceu à terra e o que queria era que o egoísmo saltasse sobre nós, que me tomasse sem dó nem piedade, deslizando por ti com toda a sua força. Deixámo-nos estar assim, por mais uns minutos, mas o frenesim corria sobre o nosso corpo e tinha que atingir um fim.
Parei, sôfrega perguntaste...
– então?. Ao que respondi - Calma, quero olhar-te, ver-te, quero sentir-te.
Com os braços debaixo do teu corpo e sentindo os teus seios firmes puxei-te para cima, virando-te, abraçando com carinho e ternura, fazendo com que os corações ganhassem um ritmo normal.
Tornei-te a beijar, deitando-te, saboreando as tuas pernas e a tua pele, e com as mãos afastando-as, suavemente... Novamente com um sorriso malicioso puxei-te para mim “quero sentir o teu orgasmo em mim” – acenaste com a cabeça e tornei a tomar-te, minha, novamente num vai e vem louco de desejo agarraste-te ao meu pescoço enquanto num complemento de céu, terra e mar, envoltos em gemidos, explodimos em êxtase.
Deixaste-te cair sobre a manta... corpo dorido, caí sobre ti também exausto.
Um beijo terno, um sorriso a dois, o silêncio do lume e da música.
Acabámos por nos envolver no silêncio e dormir numa tarde fria, mas muito quente.

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