quarta-feira, novembro 14, 2007

HISTÓRIAS À JANELA

Ela gostava de fazer amor com a janela aberta: sentir o ar
fresco aliviar-lhes o suor dos corpos, ou noutras alturas ouvir
a chuva forte cair, a impulsionar-lhes o ritmo do sexo que
juntos inventavam.
Mas naquele dia apeteceu-lhe uma coisa diferente.
Levou-o até à varanda. Queria sentir-se liberta das amarras
que as paredes lhe transmitiam.
Percebia-se invadida pela luxúria, pelo desejo, pela vontade
de senti-lo dentro de si.
Nem precisou dizer-lhe o que quer que fosse. Entendiam-se
pelos sentidos.
Ele aproximou-se dela, encontrou-lhe as costas com o seu
peito. Encostou-se. Envolveu-a com os braços.
Ela permaneceu imóvel.
Fechou os olhos e ele não viu. Ela queria senti-lo, só.
Abandonar-se no seu corpo.
Desceu o peito dela com as mãos, desde o pescoço, passou o
umbigo e chegou-lhe ao sexo, quente, latejante, ansioso,
desesperado. Sentiu-lho. Provocou-a. Fê-la gemer.
Inclinou-se na balaustrada. Ele quase enlouqueceu de desejo
quando a viu assim.
Despojou-a da roupa, já de si leve. Queria unir-se a ela,
sem entraves.
À medida que o fazia, via a pele dela, alva, que tão bem
conhecia. E sentia o seu cheiro, que sempre o inebriava.
Ficou a olhá-la por breves momentos, assim, tão... sua!
E depois penetrou-a.
Mais e mais e mais... até serem um só.
Um ser no mundo.

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