Esta noite não desejo visual aplaudido, nem dores aliviadas, nem ânimos acalmados.
Esta noite não preciso de janelas escancaradas, nem de sentidos aguçados, ou elogios desmedidos.
Neste momento poderia rejeitar uma viagem à Tailândia, uma antologia de Vinicius e ignoraria até mesmo a comida da minha mãe...
Não faço a mínima questão de nada, e meu único pedido és tu: olhar-te, sentir-te, tocar-te.
Morar por minutos eternos dentro do teu sorriso ímpar, e me perder cantando na poesia de teus olhos.
Só precisaria esquecer o meu sono para passar a madrugada contemplando o teu, e entreter-te algum tempo com aqueles meus segredos antigos.
Olhar as gotinhas de chuva caindo solenes pela vidraça e te proteger da dor, do frio e do mundo dentro do meu abraço.
Transformar-te em menina-tímida ou mulher-instinto sem hora marcada e virar êxtase numa dança frenética de línguas, corpos e corações.
Encontrar a paz no mais inocente toque da tua pele e desenhar teu rosto lindo em cada parte do meu corpo, exalando luz por todos os poros.
Acariciar teus cabelos e te acordar com mais sonhos, viajando contigo de mãos dadas para qualquer lugar onde haja vento, flores e lua.
Aprender cada mistério escondido no universo, decorando a vida em seus sentidos soberanos junto ao som dos teus passos que me guiam e completam.
Porque tu és o meu poema perfeito, minha canção favorita, minha escultura bonita. Porque tu és o meu chão, meu yin, meu sol, e porque...
Esta noite - e em todas as outras - tu és o meu único desejo.
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