sexta-feira, agosto 31, 2007

SE EU FOSSE PÓLEN

...eu te diria com palavras doces o que vai dentro de mim, falaria dos meus sonhos-desejos dos meus segredos e seria como uma fonte que nasce nos rochedos e, de repente, mina a sede sem fim. Assim poderia aguar teu corpo-suado depois de trabalhar, quando em casa tão cansado precisasse do meu zelo, meus afagos, deitaria tua cabeça no meu colo e meus dedos entre os teus cabelos sentirias e dormirias o sono dos bem-aventurados. Esperaria o acordar e em tua boca um beijo suave como a luz vinda de fora te oferecia, e mesmo antes de teres que ir embora diria que amar não é pecado e somos tolos em esperar e confessarmos aos quatro cantos nosso amor-iluminado. Faria amor com tal ternura e encantamento e tu quererias mais e mais e mais e tanto que, como encanto, do meu corpo não mais te afastarias.
Se eu fosse pólen à flor da pele, nada disto te puderia ofecer, porquanto me contento em ser quem eu sou e saber que te posso desvendar estes segredos por entre dedos meus que te percorrem a Alma e repousar-te no meu colo que se quer teu porto-de-abrigo.

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