sábado, janeiro 27, 2007

REENCONTRO

As palavras atropelam-se, não consigo escrever à velocidade que as sinto e, entretanto, elas fogem!...
É difícil pôr a alma a nu, abrir as entranhas, rasgar as barreiras da linguagem e assim, desnudar o coração, deixando brotar os sentimentos!...
O nosso reencontro...
Fecho os olhos e ainda te vejo... não dá para esquecer aquele momento em que o teu corpo se uniu ao meu num bailado celestial, tua essência se encontrou e se misturou na saliva dos nossos beijos.
O Amor apenas conhece a humildade, não encontra nele outra consciência que não a de se entregar sem pudor, num precipício revolto em sensações.
O Amor questiona o seu amado "Amas mais a ti do que Amas a mim?" - o amado responde "Eu morri sobre mim mesmo e vivo para ti. Desapareci de mim mesmo e dos meus atributos... estou presente apenas para ti... esqueci tudo o que aprendi, mas agora e em ti transformei-me no estudante e professor... perdi toda a minha força, mas do teu poder... Renasci. Amo a minha imagem, a minha essência... Amo-te mais ainda"
O meu coração batia no mesmo compasso do teu... sintonia... harmonia...
O teu corpo é como uma chama, é quente e imana força. As tuas mãos inspiram a confiança que não consigo alcançar na escuridão. Irradias. Irradias como o quente sol. Tal como a vida dele precisa, eu de ti preciso.
Reencontro dos olhos desmaiados, os teus e os meus... eles são tudo... reflexos do interior e exterior... espelhos da imensidade das emoções, reveladores da sedução e da paixão imersa que nos inundou no nosso reencontro.
Toquei-te como a lua aveludada acarinha a paixão e amortece o som cavado e longínquo da sinceridade dos nossos corações. Respiramos aquela luz de anemona, aquele sol-feitiço que reveste a noite. Dominas os meus pensamentos, palavras e actos. O dia dobrou-se sobre nós, a brisa entrava pelas janelas cobrindo os nossos corpos, os pássaros soaram na escuridão do exterior que para nós se mostrava indiferente.
As mãos tocaram-se... os lábios uniram-se... as línguas húmidas, quentes, esfomeadas por sentirem o consolo que ansiavam na união perfeita e satisfatória, o à-vontade, a cumplicidade... os cheiros... o teu cheiro!
Entre os teus lábios é que a loucura acode, desce pela garganta e queima-me o interior. No teu peito é que o pólen do fogo se junta à nascente da minha vontade em te sentir em mim. Nos teus flancos é que a fonte começa a ser rio de abelhas, o ressoar do Leão. Da cintura aos joelhos é que a areia queima, o sol é secreto e o cego encontra o silêncio. No teu sexo, lábios enrubescidos pelo toque dos meus dedos, tua pele colada à roupa molhada pela contemplação do teu prazer pela intensidade trémula da minha mão.
Iluminamos o rosto com um sorriso e um olhar tímido de descoberta de principiantes e abraçamo-nos, sentimo-nos refúgio um do outro.
O teu toque em mim... às dentadas sentiste-me e saboreaste em ti o sabor da minha boca entre a mistura da bolacha quente e as natas frias de um gelado primaveril. Os lábios tornaram-se mais avermelhados... os teus e os meus. A língua tornou-se a mente que comandava o teu corpo no meu e o meu no teu.
Durante aqueles minutos só os sentidos existiram.
Frente a frente, olhos entre-abertos, cerrados, inalando o mesmo ar numa troca incessante, nossas bocas trilharam caminhos como labaredas rubras.
As coxas, o ventre, as pernas... vagas de um mar revolto. A água salgada da carne forma gotas que se misturam no toque da tua mão no meu desejo... arrojado... cume rijo do meu sexo, fruto gerado da paixão imensurável do sumo do desejo consumida sobre ela mesmo sem forma ou espaço de extinção.
Sentiste-me tal como eu te senti em mim... a forma do teu corpo... do meu... os teus seios, rijos... o meu peito desnudado à tua mercê...
Sentia o desejo de te desnudar completamente, segurar tuas coxas entreabertas à minha mercê e ajoealhado te fazer sentir tudo aquilo que nunca sentiste dentro de ti. Durante aqueles longos e excitantes beijos, explodimos sem restrições e amarras e duas almas se fundiram em um Amor profundo e apaixanado.
O teu cheiro de mulher... os teus gemidos e os meus... razões e motivos da loucura que escondia o som do extase. Os beijos, a língua arrepiada e coberta de um leve vestido de seda, os olhos imersos num oceano de ternura e vontade de desejo em agarrar e consumir, possuir, a pele brilhante com uma ligeira oleosidade provocada pelo suor do desejo, as mãos que procuravam o intocável, as pernas que se misturavam, os corpos que dançavam entre ambos e tal como o ferro se retorciam ao mais suave toque da nossa paixão, os sexos, o meu que o sentiste em tua mão e o percorreste com a perfeição da magia da noite e me carregaste às portas do prazer, o teu que o saboreei entre dedos que vibravam a cada batida do teu coração e sentiam o quanto húmida e carregada de fardos de desejo encapuçados de mandarins e bailarinas em bicos de pés.
O nosso Reencontro... a separação seguinte... ainda te cheiro, te sinto em mim... ainda te saboreio na minha boca, nos meus lábios que os ferro neste instante na vontade de sentir os teus, imito no bater destas teclas o meu toque nos teus cabelos, na tua pele, no teu corpo...
Amo-te mais do que alguma vez palavras poderão descrever.
Quero-te afogada neste Oceano que é o meu Amor e a torrente em turbilhão que é o Desejo de te ter. Desejo-te mais do que a água que o meu corpo necessita para sobreviver.
O mar, este Amor, sem forma, simplesmente incomparável.
Quero abrir esse portão do teu Amor e penetrar em ti profundamente.
Tenho-te em mim, tenho-te entre as veias e a minha pele, no reflexo de cor em cada gota de suor, tenho-te em cada célula, tenho-te nas ondas do meu corpo, como marinheiro na praia-mar.
Tenho-te em mim,
para mim,
comigo,
Sempre...

1 comentário:

Anónimo disse...

Amo-te, amo-te, amo-te, amo-te,amo-te, amo-te.......

AMO-TE paixão!!!!
Kicas