domingo, setembro 30, 2007

EM DELÍRIO

Têm sido noites infernais… estranhamente calmas…
Deito-me com frio, arrepiado, aninhado, acordo completamente transpirado, desvairado, por vezes cansado…
Pelo meio, sonhos delirantes, hipnóticos, pensamentos obscenos, pecaminosos, quase dolorosos, a minha temperatura sobe à medida que a mente se vai soltando… e como…
Primeiro afasto o edredão, depois o cobertor e quando já só está o lençol em cima, aí começo a soltar-me, não abro os olhos ou a magia termina, mas naquela escuridão bem iluminada que é o momento da rendição, sinto-me a despir-te a pele que tiveste durante todo o dia, sinto-me a voltar as raízes, quase a transfigurar-me, a temperatura a subir, os dedos a encarquilhar, os dentes a cerrarem… e mais uma volta na cama, já fervilhando tiro-te a camisola que só me aprisiona e condiciona o livre acesso ao que gosto em ti, sim gosto de sentir e apertar, lamber…
Gosto de acordar ainda dormente, ainda cansado e com um fantástico sorriso na alma, gosto de ver os lençóis meio arrancados da cama, por vezes a almofada no chão, o cobertor desenfiado, o pijama espalhado e ainda sentir algumas gotas de suor a caírem pelo rosto, aquela comichão que as gotas provocam, adoro essa sensação… gosto de sentir a nuca húmida, aliás de humidades nunca me fico pela nuca, e quando voltam os arrepios, puxo rapidamente o lençol e o cobertor para mim, volto a aninhar-me, vou lentamente descendo à realidade, aninho a cabeça na almofada e todos aqueles momentos ficam guardadinhos num maravilhoso recanto da alma, onde por breves momentos gosto de passar naquelas noites calmas que são autênticas loucuras.

FECHEI OS OLHOS

Apetece-me o amor, ou talvez a sensação pura, livre, inocente e inconsequente que ele me provoca.
Apetece-me a paixão arrebatadora, irracional, impulsiva, intensa, verdadeiramente apoteótica… Sim, dirias-me estou dramático mas apetece-me a magia das borboletas no estômago, a loucura dos actos impensados, a fantasia do eterno, a utopia da perfeição… apetecem as noites sem sono, os dias sem fome, as palavras sem sentido e o olhar perdido à procura desse alguém… sim tu sabes quem.
Esperar o dia inteiro por um beijo que sei, irá valer por cada minuto de espera e sorrir secretamente com a memória do último entrelaçar de mãos.
Apetece-me entregar a alma para me cuidem dela, a quem dê o que sou e me ame por isso mesmo, a quem conte todos os meus medos e segredos, e num só abraço ou mero afago consiga dissipar… alguém que eu possa cuidar e mimar, contar os meus pecados e pecar em perfeita sintonia.
Acordar numa manhã de chuva, dentro de um pijama, ensonado, olhar para o lado e perceber que nada me falta, saber fazer-te sentir num olhar que estás perfeita e sentires num beijo o calor a brotar do meu âmago. Apetece-me levitar com um olhar, roburizar com um sorriso, transpirar com um gesto e gaguejar com uma atitude.

sexta-feira, setembro 28, 2007

JANTAR COM AMIGOS

Começo talvez pelo fantástico duche que antecedeu a nossa esperada saída. Um duche rápido, intenso, erótico, revigorante, sensual, nosso, foste provada da melhor maneira e adorei, dedos maravilhosamente suaves e incisivos, uma língua sedenta de ti, como te gosta esta língua, e depois os braços fortes e convincentes que te seguram contra a parede fria e só te desamparam quando percebem que mais uma vez presenciaram um magnífico e delirante orgasmo.
Saímos do duche ainda ofegantes, mas a noite só estava a começar.
A roupa estava separada em cima da cama, os sapatos cuidadosamente depositados no tapete e o perfume à tua espera, limpei-te… limpámo-nos, penteei os teus cabelos, cuidadosamente, olhas-te-me com tamanho brilho nos olhos que o meu ego chega a inchar. Passei o creme nas tuas pernas minuciosamente, e ver-te assim nua, ainda brilhante, com um sorriso celestial, faz-me sentir feliz.
Perguntas-me se estás bem e eu beijo-te, porque nunca nenhuma palavra conseguirá exprimir este sentimento, esta vontade, este desejo, esta admiração, abraças-me e eu percebo que estás fria, visto-te o string, os collants de liga, o soutien, a saia, o corpete, entrego-te o perfume e peço-te para terminares com a maquilhagem enquanto me preparo. Visto as calças, já sabes que raramente uso boxer’s, as meias de tecido italiano, espalho o perfume que tanto adoras e visto a camisa preta com riscas brancas e desço, encontramo-nos de novo na casa-de-banho, olhamos um para o outro e apreciamo-nos, ambos conhecemos demasiado bem o nosso interior, devo dizer que tive de conter-me, quis foder-te logo ali e sei que um só olhar me trairia…
Colocavas sombra, eye liner, rímel, blush e eu ajeitava o cabelo de forma desajeitada, enquanto olhavas pra mim através do espelho e quase hipnotizado, seguia os teus passos.
Saímos ao mesmo tempo da casa-de-banho, fomo-nos calçar e quando te levantavas depois de apertares a fivela no tornozelo, percebeste que olhava fixamente para ti.
Não dissemos uma só palavra, não era preciso, o nosso olhar bateu um no outro, um sorriso denunciou o meu desejo, o teu perfume excitou-me de tal forma que quase se tornou doloroso segurar-me.
Agarrei-te pelas ancas, coloquei-te em cima da mesa de jantar e eu baixei-me, afastaste as pernas, o string e voltei a provar-te, humm, que delicia, os seios imploravam para sair de dentro de um corpete demasiado apertado, puxei-te até mim, beijei-te avidamente, desabotoaste os meus botões, baixei as calças só o suficiente e juro-te, se esperasse mais um só minuto morreria… senti-te, sentimo-nos, abraçaste as minhas costas com as tuas pernas, entrelaçámos os dedos e em poucos minutos caí em cima de ti, os corações batiam como loucos, deixei de sentir as minhas pernas enquanto os teus sapatos se apoioavam no meu rabo. Sussurrei-te “-Estamos atrasados!” e tu respondeste “-Pois estamos” e enquanto te apoiava para regressares ao chão dirigia-me à casa de banho para me ajeitar “-Espera!”, alertaste-me num tom urgente “-Vou contigo” e olhavas-me com gotas de mel no canto dos olhos.
“Eu ligo a dizer que ainda demoramos mais uma hora!”

quinta-feira, setembro 27, 2007

AO ENCONTRO DE TI

Sabe-me a ternura. O dia foi demasiado comprido para ser medido, pesado e violento para ser sentido. Sabe-me a ternura... seria assim o meu entardecer ao entrar por aquela porta, da casa, do quarto, da sala... e a silhoeta do teu rosto se iluminaria no meu olhar fatigado.
Fecha os olhos e imagina os tons castanhos do Outuno a tocar-te levemente enquanto o quente do por-do-sol te aquece a ponta dos dedos que se esticam em sua direcção, como se tu própria quisesses tocar-lhe... mas esqueces-te, que tu mesma... és o Sol.

A casa está morna, pouso o casaco, as chaves, a mala de ombro... páro... respiro fundo, inspiro o suave e doce sabor do teu perfume que me percorre como uma dançarina oriental. Fecho os ohos por um instante e sinto aquele mágico sorriso que apenas tu sabes fazer... feitiço que me encanta e me dá prazer.

Sabe-me a ternura... à ternura do teu olhar e dos teus cabelos que se agitam na brisa do tempo, ao sabor dos teus beijos e dos lábios com que mos entregas.

Sabe-me a ternura... sabe-me a ti... o melhor do meu dia... és Tu.

segunda-feira, setembro 24, 2007

MEU CORAÇÃO

Sensualidade, desejo e prazer, formas que extraio do toque, do teu ser. Vontade, sentido e loucura, tudo aquilo que bebo de tua alma pura. Contorno-te, com meus dedos, como se fossem lápis, sobre a cama, feita de tela de algodão. A tua pele faísca a cada toque, pulsando em arrepios de prazer. Minha boca, saboreia cada milímetro de corpo que se estende qual planície à minha frente. Meu olhos são faróis, que na Noite escura iluminam o caminho a seguir.Minha língua desenha o teu pescoço, num traço de perfume e essências que se desprendem de ti. Meus lábios fecham-se ao abraçar os teus mamilos erectos que estremecem de prazer e meus dedos, adentram-se agora entre tuas penas, procurando o aconchego húmido de teu corpo, quente. Os corpos enleados, são um só novelo, da mais pura lã, na virgindade deste momento que se transforma num instante de prazer. As vozes soltam-se, dão lugar a gemidos, os corpos desatam-se em contusões, espasmos de luxúria.O meu corpo invade o teu, numa pacífica sensação de bem estar, abraças-me, e sinto-me deslizar por dentro de ti, quero tocar-te a alma com os dedos de minha alma, quero impregnar-me do teu perfume, invadir-me da tua pele. Os teus cabelos pendem sobre mim, longos, soltando fragrâncias, acariciando-me o corpo, escondendo-te a face de menina mulher que só eu conheço.O relâmpago corta a noite no instante e que juntos tocamos o Olimpo, os corpos cansados desferem o ultimo derrote e abandonam-se à delícia deste êxtase, deixando-se simplesmente ficar, envoltos um no outro.

quinta-feira, setembro 20, 2007

FODE-ME

A pele arde!
A carne queima…
O desejo consome-me, sinto chamas dentro de mim, este calor que me deixa inquieto, um tesão que me endoidece.
Vem!
Não tenhas medo, não tenhas reservas, não tenhas pudor…
Deixa-me possuir-te… quero-te por inteiro, quero sentir-te, quero a tua feminilidade, o teu desejo, a tua loucura, quero-te!
Numa noite como a de hoje, quero que me esgotes a seiva do nosso prazer, quero que me arranhas as costas enquanto me sentes dentro de ti, quero morder-te o lóbulo enquanto te toco no teu mais intímo, quero te apertar os seios em mim para assim gemeres, quero tudo.
Não ouses, querer menos de mim do que todo o meu desejo! Tudo o que tenho vou dar-to nesta noite, tudo o que queres de mim, vais tê-lo hoje, não te venças pelo cansaço a noite será curta para tudo o que te quero dar.
Quero-te presa de um predador faminto. Abusa de mim, consome-me egoisticamente.
Só te vou deixar descansar, quando meu corpo gritar de esgotado, quando todos os líquidos que tenho dentro de mim se esvaírem para ti, quando não mais me conseguir lembrar de quem eu sou…
Mas entretanto fode-me e faz o melhor que conseguires, porque nesta noite, vais conhecer-me da maneira mais louca.

quarta-feira, setembro 19, 2007

AGORA QUE TUDO SE CALA

Por vezes escuto no quarto um escuro muito vazio, meu amor. O corpo diz-me em surdina que me fazes falta e a noite vai crescendo, movediça por entre os lençóis que não têm o peso que preciso. Nesses instantes de saudade – haverá instantes em que não há saudades? – ponho-me a pensar que tudo me foge, que não sou um alquimista de pólos inversos e que nada reluz nas minhas mãos. Sabes, amor, por vezes o vazio é tão gigante que parece que vai engolir-me naquela cama desfeita onde se aninha a vontade de ser contrabandeada por entre os teus beijos e abraços. Sinto saudades do teu abraço tenro, poliglota e com todas as certezas do tacto. Sinto saudades tuas – daquelas constelações do teu olhar, a pingar estrelas voadoras.

terça-feira, setembro 18, 2007

DEIXA-ME SER

Ah, se eu fosse o Mar.
Em dias de fúria, cobria-te de vaga imensa, fazia-te rebentação.
Em dias de doce marejar, deixava-me absorver na tua textura.
Ah, se eu fosse o Sol.
Em dias de canícula, torrava-te a pele, fazia-te suar.
Em dias de penumbra, deixava-me preguiçar na tua carícia.
Ah, se eu fosse o Vento.
Em dias de tornado, voltava-te do avesso, fazia-te convulsão.
Em dias de brisa, deixava-me dançar na tua boca.
Ah, se por milagre fosse os três elementos.
Mais que uma mordida,
Comia-te a alma na tempestade da paixão.

domingo, setembro 16, 2007

ES TU A RAZÃO

«O vento soprava através do teu cabelo e os teus olhos retinham a luz pálida do sol que se desvanecia. Fico espantado quando te vejo encostada ao parapeito. Tu és bela, penso, enquanto te vejo, numa visão que não consigo encontrar em mais ninguém. Começo a andar lentamente na tua direcção e quando, finalmente te voltas para mim, reparo que outros têm estado a observar-te também. «Conhece-la?» perguntam-me em sussurros invejosos, e quanto sorris para mim, respondo simplesmente com a verdade. « Melhor do que o meu próprio coração.»
Paro quando chego perto de ti, e envolvo-te nos meus braços. Anseio por esse momento mais do que qualquer outro. É a razão da minha vida, e quando retribuis o meu abraço, eu entrego-me a esse momento, em paz, mais uma vez.
Levanto a mão e toco suavemente na tua face e tu inclinas a cabeça para trás e fechas os olhos. As minhas mãos são ásperas e a tua pele é macia. É nestas alturas que sei qual é o meu objectivo nesta vida. Estou aqui para te amar, para te segurar nos meus braços, para te proteger. Estou aqui para aprender contigo e para receber o teu amor em troca. Estou aqui porque não existe outro sítio onde queira estar.»

by Nicholas Sparks in "As Palavras Que Nunca Te Direi"

PENSO EM TI

Em que pensar, agora, senão em ti? Tu, que me esvaziaste de coisas incertas, e trouxeste a manhã da minha noite. É verdade que te podia Dizer “ Como é mais fácil deixar que as coisasnão mudem, sermos o que sempre fomos, mudarmos apenas dentro de nós próprios?” Mas ensinaste-me a sermos dois; e a ser contigo aquilo que sou,até sermos um apenas no amor que nos une,contra a solidão que nos divide. Mas é isto o amor,ver-te mesmo quando te não vejo, ouvir a tua voz que abre as fontes de todos os rios, mesmo ele que mal corria quando por ele passámos,subindo a margem em que descobri o sentido de irmos contra o tempo, para ganhar o tempo que o tempo nos rouba. Como gosto, meu amor, de chegar antes de ti para te ver chegar: com a surpresa dos teus cabelos, e o teu rosto de água fresca que eu bebo, com esta sede que não passa. Tu: a primavera luminosa da minha expectativa,a mais certa certeza de que gosto de ti, como gostas de mim, até ao fim do mundo que me deste.

in "Nuno Judice"

quarta-feira, setembro 12, 2007

ESPELHO NOSSO

Se pudesses imaginar o tempo que passo de face colada ao teu retracto, a decorar os desenhos e contornos do teu rosto para desenhar a traços grossos lembrança da ternura que transmite o teu olhar, ou a doçura que transpira do teu sorriso.
Se pudesses imaginar o tempo que passo a relembrar as tuas doçuras, os teus beijos quentes e suaves, os teus carinhos, as tuas loucuras, o teu toque que me causa sensações de êxtase. O teu olhar que só por si me desnuda, farias com que o relógio marchasse numa marcha mais desperta. Porque eu sinto falta dos teus carinhos, das tuas piadas malucas e dos teus sorrisos, dos teus beijos, das tuas trincadelas, de me encostar ao teu peito e sentir o teu calor, de caminhar nesse oceano que é estar perdido no seio do nosso amor, de te agarrar, te prender em meus braços, te sufocar de carinhos, te espremer em meu peito.
Escrever nossos nomes numa árvore, ou na areia, entrelaçarmos os dedos e sentirmo-nos...
Um só!

segunda-feira, setembro 10, 2007

VEM FAZER O AMOR COMIGO

Não basta um corpo e outro corpo, misturados num desejo insosso, desses que dão peito à fome trivial, nascida da gula descuidada, aplacada sem zelo, sem composturas , sem respeito, atendendo exclusivamente a voracidade do apetite.
Fazer amor é percorrer as trilhas da alma, uma alma tateando outra alma, desvendando véus, descobrindo profundezas, penetrando nos escondidos, sem pressa, com delicadeza ... porque alma tem brilho de cristal, deve ser tocada nas levezas, apalpada com amaciamentos... até que o corpo descubra cada uma das suas funções.
Quando a descoberta acontece é que o acto de amor começa.
As mãos deslizam sobre as curvas, como se tocando nuvens, a boca vai acordando e retirando gostos, provocando os sabores, bebendo a seiva que jorra das nascentes, escorrendo em dons, é o côncavo e o convexo em amorosa conjunção.
Fazer amor é Ressurreição!!!
É nascer de novo, no abraço que aperta sem sufocar, no beijo que cala a sede gritante, na escalada dos degraus celestiais que levam ao gozo.
Vale chorar, vale gemer, vale gritar, porque aí já se chegou ao paraíso, e qualquer som há-de sair melódico e afinado, seja grave, agudo, pianinho... há de ser sempre o acorde faltante quando amantes iniciam o milagre do encontro.
Corpos se ajustaram, almas matizaram... Fez-se o Êxtase!!! É o instante da paz... é a escritura da serenidade!
E os amantes em ascensão pisam eternidades.

domingo, setembro 09, 2007

SEMPRE COMIGO

Nestas longas horas que se fizeram dentro da Unidade Hospitalar apenas tu te fazias presente à cabeçeira da minha cama... tal como um Anjo que velava pela luz que me afagava as lágrimas. Dei por mim a chamar por ti e sempre que o fazia era a tua voz que se aproximava e me sussurrava que tudo iria correr bem...
Adormeci e quando voltei a acordar tudo estava calmo... era noite... o sossego daquele espaço só se quebrava por um murmúrio ou outro que se avizinhava dos corredores.

Olhei para o lado e ali, junto à cabeçeira... ali estavas tu... a tua fotografia... sempre comigo... onde quer que estejas...

VENS?

Dá-me tua mão… Vem comigo, deixa-te levar para meu sonho. Vem devagarinho, sem pressa… descobre nas pontas de teus dedos os segredos que guarda minha alma. Deixa que as palavras sejam ditas no sopro de tua respiração, no aroma de tua pele… Fala nos teus gestos, aquilo que sentes, aquilo que queres e desejas. Desvende meus segredos, vela minhas noites e guia-me nos caminhos da entrega…

Dá-me tua mão… Deixa-te prender no abraço de meu corpo. Nos braços que te envolvem no carrinho de um sentimento tão bonito. Sente nos lábios o sabor de um beijo doce… a carícia suave da língua que te fala em silêncio do desejo. Nas bocas que se unem, nos sabores que se misturem… Beija… Beija mais uma e outra vez… e outra vez … infinitamente!

Dá-me tua mão… Procura nas curvas que segues com as mãos, os prazeres que provocas, as sensações que despertam… Prende teu olhar no gemido que se faz sentir no olhar. Escuta o silencio que os sentidos gritam… as palavras que ecoam nas batidas ritmadas do coração. Prova o sabor da pele que se arrepia, da boca que beija, do corpo que se faz teu...

Dá-me tua mão… Soltas as amarras da realidade, entra no sonho onde te invento a cada sorriso, em cada sentido… em todas as sensações que provocas. Vem comigo para este mundo que não é mais que o meu sentir…

Dá-me tua mão… e vem… vem simplesmente amar!

SEDE DOS TEUS LÁBIOS

Gosto do movimento subtil das palavras e dos sentidos... gosto de amanhecer salpicado de maresia e do grito das gaivotas escapando à fúria do mar... gosto do preto e do branco e de todas as outras cores que formam o arco-íris... gosto do som inaudível dos meus passos caminhando pela noite... gosto do cheiro dos livros e do papel onde misturo as palavras que flúem dos meus dedos nus... gosto do aqui e agora, da noite de ontem... gosto da ausência de propósitos, do imprevisível aconchego da surpresa e de tudo o que desconheço... e Sou rumor ou esboço das minhas palavras... Lá no fundo, sou um constante movimento descontínuo a escrever pausadamente a história do Amor da minha Vida... esta vida que se quer parte da tua.

sexta-feira, setembro 07, 2007

PLENO

A pele sobreposta. Uma perna que termina em quatro pés, um peito contra as costas... Uma mão que se crava nos dedos... Um olhar que se prende no tempo. E uma brisa que nos trás a força de mil e uma noites em que ficámos só os dois entre as multidões de desejos que se perdem na espuma do mar. Preciso do tormento das sensações para respirar, assim como uma necessidade de ar livre em que solto as palavras e as deixo correr até onde a vista já não quer alcançar. Na dança dos sentidos, não há lugar para hesitações. Eu quero! Tu queres! A vontade chega... e o desejo acontece! A carne mistura-se com as embriagantes sensações do desconforto... E dentro de ti, deixo de me pertencer para me dar aos momentos em que os nossos olhos segredam canções às estrelas... A dormir com elas! E na tempestade de um orgasmo. Escolherei sempre o delírio em que tremo num calor doce de um sabor que se mistura no torpor de nos julgarmos não existir. Juntaria todas as palavras de todas as línguas e idiomas, e mesmo assim não saberia como te dizer como é bom ver o fogo que me alimenta... E os teus olhos que me acenam de perto... Gosto do tormento dos vazios preenchidos e dos sentidos. A crueldade louca de ter a carne cravada nas memórias e os cheiros, e saber de cor os teus seios e mesmo assim não te ter... Deixa as memórias onde elas estão! Não pertencem ao mundo, nem ao infinito. São tuas e minhas e de quem como nós, se deixa preencher num múmurio do mar. De quem mesmo chorando a partida consegue perceber onde quer chegar e mesmo estando atormentado, perdido entre o que quero e o que não sou capaz de entender. É nesses momentos que me sinto pleno... Quando chego em ti... Por ti. Para ti...

quinta-feira, setembro 06, 2007

TEMPO



Este é um tempo de silêncio.

Só se ouve o vento que ruge lá fora e o pardal maluco que como eu sofre de insónias.
Apetece-me apenas aninhar... ficar quieto... em silêncio... abraça-me por favor...

quarta-feira, setembro 05, 2007

TEU ROSTO, MEU OLHAR

Tenho urgência em partir a água doce das pedras,num espaço público onde os olhos são invisíveis e a embriaguez é feita de saliva e espuma, como uma noite que dobra a língua quando ouve o teu nome.Tenho a boca encavalitada na palavra que não sai, que não quero que saia, para assim te falar mais um pouco de todas as coisas que as insónias me trazem de bom...

domingo, setembro 02, 2007

QUERO ESTAR CONTIGO

Que eu diga ao vento....
O som que meus passos descalços,
Fazem no soalho...
Quando para ti caminho, na noite escura….
Procurando o teu conforto.
Conto-lhe como vislumbro a tua sombra contra a noite
segura... imponente… aguardando!
Que o mesmo vento me responda...
Palavras tuas…
Que o mesmo vento,
Me traga o teu aroma….
Que o mesmo vento,
Me leve até onde estás.

sábado, setembro 01, 2007

DELICIOSO

Basta-me uma palavra tua e ganho asas de nuvem
(assim como quem mexe num sonho)
reconheço o amor por onde entrámos, pela porta da frente
e desmancho-me nas traseiras da saudade.
Ouvir o doce e suave timbre da tua voz...
Há coisas maravilhosamente doces.