sexta-feira, dezembro 26, 2008

Fome

Presa em duas mãos por entre lábios feitos reféns pelos meus. Desejos que se perdem à procura do que é certo, corre pela calçada dessa Lisboa que te abriga, deixa que te descubra. Chega de torturas intímas, abraça-me, deixa-me te olhar por entre o espelho que espera ser olhado, descobrir-te por entre a nebulina dessa manhã que descobrimos a cada dia que nos olhamos.

Sinto a fome de te escrever, transformar-te na pauta por onde os meus dedos escorregam na vertigem do prazer... frases feitas ou talvez não.

Sento-me à esplanada da Avenida e vejo-te ao longe, cabelo solto e delicado deitado sob o teu rosto, olhos brilhantes e curiosos em busca do tudo e do nada, um sorriso preso sem fraquejar de passagem pelo principio meio e fim dos teus lábios carnudos e delicados, como uma caixa de chocolates, prestes a desvendar o sabor doce que se esconde.

Sinto a fome de te ter...

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