Hoje foi um daqueles dias em que raiava no ar um ambiente estranho, misterioso. Fosse da chuva ou do negro das nuvens, algo percorria à minha volta como se de um abrute à espera da sua presa se tratasse.
Não que me tenha sentido ameaçado, muito pelo contrário. Intrigado, curioso e ao mesmo tempo preenchido.
Hoje seria sem dúvida um excelente dia para um jantar à luz de velas. Não pensem já que seria por questões românticas ou algo com ideias pré-concebidas... pelo contrário.
O ambiente se proporcionaria para um momento de pura descontração e do relaxamento surgiriam certamente frases e ideias bastante interessantes.
Seria um dia excelente para a pura divagação filosófica sobre a própria chuva e o seu efeito em nós...
A ementa?
Seria sem dúvida algo para o picante para que o seu acompanhamento líquido não fosse esquecido.
Peixe, sim... com temperos aromáticos, e porque não juntar uns tantos camarões e puré de batata. Vinho branco "Varanda do Conde", excelente escolha, ou então porque não um rosado "São Rosende"!
Importante é sem dúvida que a única luz existente seja a das velas e aquela que tenta se fazer chegar lá de fora da rua. Copos raiados de um azul mediterrânico, pratos brancos sem qualquer logo, cor ou adorno que fosse. A pureza deverá imperar nesse pré-momento de aspiração à alma.
Nada deve ser deixado ao acaso, nem mesmo os guardanapos, bordeaux presos com fita azul de forma a complementarem-se com os copos que vagueiam pela mesa.
Para enriquecer ainda mais a atmosfera, música. Guitarras espanholas, serenas mas triunfantes... Nino seria uma boa escolha igualmente.
O mais importante... companhia. Alma essa disposta a desprender-se de tudo o que de material nos solidifica a este universo, e expor seus medos e triunfos sem receio de represálias.
Enfim... horas de puro deleito mental, entretenimento e enriquecimento espiritual...
Um fim de dia, início de noite em grande certamente...
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