Respiro uma aconchegante voz ondulante de melopeia infantil por onde liquifaço-me de sonhos para o amplexo desejado oceano, onde os espaços se fecham pelas ruas... e a vida sempre continua.
Esse tempo maldito que refreia o meu desejo com a sua canção impiedosa e ritmada do desfazer de espuma. Um grande amor não se possui... espraia-se suavemente em marulhares sucessivos de marés! E nessas ondas, o meu coração sonda o seu silêncio sussurrante.
Oiço a melodia terna aos meus olhos, "sou de quem me quiser amar no afogamento cego de mim, e nele apenas segura gentilmente minha mão... e me abraça."
Aguardo a onda rebelde, não pretendo ser o arquitecto das estrelas, antes pintar-las no pestanejar dos teus olhos num longo anoitecer.
Quero... muito... que o tempo passe.
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