quinta-feira, setembro 11, 2008

Tempo que me trás mais Tempo!

Respiro um estranho e maravilhoso silêncio, que me fala numa linguagem marítima e sensual. Apenas sei viver num vendaval de amor com os olhos carregados de chegada lonjura, respirando o carregado odor... feminino.

Respiro uma aconchegante voz ondulante de melopeia infantil por onde liquifaço-me de sonhos para o amplexo desejado oceano, onde os espaços se fecham pelas ruas... e a vida sempre continua.

Esse tempo maldito que refreia o meu desejo com a sua canção impiedosa e ritmada do desfazer de espuma. Um grande amor não se possui... espraia-se suavemente em marulhares sucessivos de marés! E nessas ondas, o meu coração sonda o seu silêncio sussurrante.

Oiço a melodia terna aos meus olhos, "sou de quem me quiser amar no afogamento cego de mim, e nele apenas segura gentilmente minha mão... e me abraça."

Aguardo a onda rebelde, não pretendo ser o arquitecto das estrelas, antes pintar-las no pestanejar dos teus olhos num longo anoitecer.

Quero... muito... que o tempo passe.

Sem comentários: