Deito-me sob as palavras prometidas
e questiono-me sobre a verdade das mesmas.
Hoje tudo é superficial, escusado.
Não oiço verdades.
Não vejo mentiras.
Apenas leio meias palavras.
Não sei como viver nessa metade.
Talvez seja meu o defeito,
para o qual não encontro solução.
Não consigo te ler,
assim como tu és.
Dizes-te Luz,
quando na verdade és noite.
Sombria e matreira.
Mesmo quando te encolhes
e escolhes meus braços para descansares,
para amares e ser amada.
Escolhes sempre caminhos difíceis,
mesmo quando a tua frente,
tens tudo o que desejas.
Teus olhos apenas veêm pela metade,
porque a outra parte,
ofuscada em tua mente,
não preenche o teu ego.
Dizes-te Mulher...
eu chamo-te Criança.
Mas quem somos nós?
Verdadeiros piratas da realidade,
nobres elitistas,
onde tudo queremos por querer,
como se o alfabeto terminasse com a letra A.
Frio, muito frio...
sem manta ou retalhos onde me abrigar,
mas continuo também,
qual criança no recreio a aguardar ser escolhido,
e assim fazer parte de um pequeno grande universo.
Não se trata de escolher,
porque isso nem eu sei fazer.
Não se trata de lutar porque não és adversário.
Basta usar vogais e consoantes.
Frases que ao exprimirem o todo ou parte dele,
tenham principio, mas também um fim.
Quero-te ler como um todo,
saber que o que dizes surge como um borrão,
pintado não a pastel, mas preto sobre branco.
Sentir que ao pintares nessa tela virgem,
prados selvagens ou desertos sem fim,
procuras apenas e só,
a Perfeição.
2 comentários:
Bem, aonde vais buscar essas palavras que parecem vaguear por reacantos escondidos desse ser que és tu?
Está quase... mais um jantar... mais uma festa... mais uma noite sem perdão.
Aquele abraço
"Quero-te ler como um todo"
é desejo vão enquanto persistires na ideia de que os olhos do Outro só "veêm pela metade" pq estao ofuscados na mente, pq "não preenche o (seu) ego".
"Talvez seja meu o defeito"
pode ser a chave para um bom ponto de partida!:)
bjito dakele tamanho;)
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